quinta-feira, 30 de julho de 2015

Bibliotecas do Brasil - mapeamento

MinC lança mapa com bibliotecas públicas de todo o país

28.7.2015 - 10:00  
Fonte:  MinC

Acesso rápido


O Ministério da Cultura (MinC) acaba de lançar uma plataforma na qual é possível encontrar, dentro do mapa do Brasil, as 6.021 bibliotecas públicas (municipais e estaduais) e comunitárias cadastradas no Cadastro Nacional de Bibliotecas e que integram o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP). O acesso é livre para qualquer cidadão. Pelo mapa, é possível encontrar dados como endereço e acessibilidade das instituições. 
De acordo com a coordenadora geral do SNBP da Diretoria de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB) do MinC, Veridiana Negrini, a ideia é, neste primeiro momento, divulgar os dados das bibliotecas públicas que já estão cadastradas para que, posteriormente, os gestores responsáveis por esses equipamentos possam complementar as informações sobre suas bibliotecas, com dados sobre acervo, serviços, infraestrutura, gestão, relação institucional e público principal da biblioteca.
"Pretendemos, no segundo semestre deste ano, lançar o novo cadastro nacional de bibliotecas, com objetivo de para mapear de maneira abrangente as bibliotecas públicas e comunitárias existentes no país", adiantou a coordenadora. 
Dentro do processo de aprimoramento e atualização do mapa, novas bibliotecas, bibliotecas comunitárias e pontos de leitura também poderão ser cadastrados no Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), que também está em processo de reformulação. Criado pelo MinC, o SNIIC visa coletar, armazenar e difundir dados e informações sobre a cultura brasileira.
Camila Campanerut
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura
 

terça-feira, 28 de julho de 2015

Imaginários são condicionados e condicionam

Medida de redução da velocidade em SP atinge "zeitgeist" do carro e das marginais

Há algo além do ódio político-partidário no verdadeiro “freak out” dos motoristas paulistanos e grande mídia contra a medida de redução a velocidades das marginais Tietê e Pinheiros em São Paulo. Parece que a Prefeitura atingiu o coração ideológico e imaginário das verdadeiras “pièce de résistance” do enclave conservador em que se tornou a cidade: o automóvel e as marginais. No automóvel, a representação da velocidade como o último símbolo de distinção e poder; e nas marginais, os tristes portais de entrada na cidade que representam uma modernidade fracassada na qual ainda os paulistanos nostalgicamente se agarram.

FREAK OUT!!! Talvez essa expressão em inglês  (alguma coisa entre “surtar”, “baratinar” ou “perder o bom senso”) seja a que melhor sintetize a reação de motoristas paulistanos com a determinação da prefeitura da cidade de São Paulo em reduzir a velocidade máxima nas vias expressas, centrais e locais das marginas dos rios Tietê e Pinheiros – de 90 km/h para 70km/h ou até 50 km/h dependendo do local.

Reações indignadas nas redes sociais postam vídeos com ciclistas ultrapassando automóveis nas marginais: “quando bicicletas terão placas e restrição de velocidade?”, protestam. Nas viciadas enquetes dos telejornais da grande mídia, selecionam comentários como “vai travar o trânsito”, “vai piorar o trânsito”, “vou perder tempo” e assim por diante – como se diariamente as principais vias da cidade já não estivessem costumeiramente travadas, obrigando motoristas a andarem a menos de 20 km/h.


E como determina o modus operandi atual do neoconservadorismo, exige-se o “retorno da ordem” por meio de ações judiciais: a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), seccional de São Paulo, entrou na Justiça contra a Prefeitura com uma petição com argumentos tão subjetivos como na ação contra a construção das ciclovias na cidade: “direito de transporte prejudicado”, “medida não proporcional” (?) ou “uma via que foi concebida para ser expressa não pode deixar de ser expressa”.

Se em todas as metrópoles do mundo civilizado é adotada o princípio de “acalmar o trânsito” como filosofia de engenharia de tráfego (redução de velocidade, estreitamento das vias, cobrança por pedágios para entrar nas regiões centrais como medidas para desestimular o transporte motorizado individual),  em São Paulo, ao contrário, essas medidas são tomadas como uma afronta (bolivariana?) ao inalienável direito individual.



Há algo nessa reação dos paulistanos que vai além do simples ódio político-partidário. Parece que a medida adotada pela Prefeitura diante do crescente número de acidentes e mortes nas pistas das marginais atinge o coração da ideologia e do imaginário da classe média paulistana: o automóvel, a pièce de résistance do verdadeiro enclave conservador em que se tornou a cidade.

O neodesenvolvimentismo dos governos petistas dos últimos dez anos já estava irritando o suficiente as classes médias, com o crescimento do crédito e incentivos fiscais resultando em aeroportos lotados, shoppings ameaçados por “rolezinhos” e a facilidade de aquisição de carros novos em concessionárias outrora somente frequentadas por pessoas “de posse”.

Mas, no caso da cidade de São Paulo, tudo ultrapassou os limites com essa medida de engenharia de tráfego: atingiu o próprio cerne do imaginário automobilístico, para além da propriedade – a velocidade, o fetiche de modernidade das classes médias. E também maculou as marginais Tietê e Pinheiros, verdadeiros símbolos de uma modernização fracassada, mas na qual ainda os paulistanos se agarram nostalgicamente.

O “zeitgeist” do automóvel


Um carro sedan com linhas arrojadas passa rápido por um rua vazia pelo Centro de São Paulo. O asfalto está molhado, refletindo e destacando ainda mais o brilho da aerodinâmica do veículo. Um motorista confiante e orgulhoso com rosto quadrado e másculo aprecia o prazer de guiar em ruas vazias. As imagens do carro transmitem estabilidade, segurança, rapidez e potencia.

Quantos comerciais de TV de lançamento de automóvel de uma marca qualquer, com um argumento parecido, o leitor já deve ter visto? Esse é a narrativa proto-arquetípica que promove não apenas o automóvel, mas o seu “zeitgeist”: a velocidade.



Mas não a velocidade tradicional – aquela que diminui a distância entre todos os pontos de partida e chegada. Mas a velocidade “dromológica”, o imperativo psicológico de consumir a velocidade apenas como um signo, já que no mundo real as vias estão congestionadas e as estradas monitoradas por radares.

O urbanista e pensador francês Paul Virilio chama esse tipo de velocidade de “dromológica” - um novo imperativo cultural, disciplina, forma de dependência e submissão. O conceito vem do grego “dromo” (corrida), mas para Virilio é um tipo de velocidade paradoxalmente inercial porque é tomada como um fim em si mesma, como moralmente boa, significante do desejo, capacidade, superioridade, performance, inteligência e energia libidinal. Não é mais um meio para se chegar a algum fim, mas gozo em si mesma.

Com o colapso dos sistemas viários, o carro é consumido em sua virtualidade e potencialidade – símbolo fálico de potencia, virilidade e distinção. Potencialidade nunca realizada (onde acelerar de zero a cem em “x” segundos?), mas consumida como o grande AGORA! – desejo de urgência, imediatismo, ansiedade como algo moralmente bom.

Redução da velocidade como medida de uma política pública somente poderá ser percebida como uma afronta a um princípio sagrado numa sociedade de consumo onde se consome cada vez menos produtos e muito mais ideias e valores: não se trata mais de distinção de classe da propriedade do carro, mas da sobrevivência do mito da velocidade – sem isso, o carro reduz-se a sua materialidade e, por fim, a sua inutilidade.

A modernidade fracassada das marginais


Mas além do carro e o seu zeitgeist, há outro símbolo em jogo: as marginais Tietê e Pinheiros.

A retificação do rio Tietê na década de 1930 e o Plano de Avenidas do prefeito Prestes Maia e o rodoviarismo de uma cidade pensada em ser urbanizada a partir de perimetrais, radiais e marginais, transformam as vias expressas Tietê e Pinheiros nos símbolos de uma modernidade jamais realizada.

Play Center na Marginal Tietê nos anos 1970 - a nossa Disneylândia no símbolo da modernidade fracassada

Não é à toa que são os verdadeiros tristes portais de entrada para a cidade, desde uma época onde nas suas laterais começaram a surgir os primeiros hipermercados (ícones do american way of life), a inauguração do Playcenter (emulando uma Disneylândia para a nova classe média que nascia com o "milagre econômico" da ditadura militar) e toda uma infraestrutura para carros (motéis, modernos postos de gasolina, drive-throughs, drive-ins etc.).

Até o final do século passado, esse imaginário ainda persistia em setores das classes médias, visível com a promoção de festas de casamento em churrascarias à beira das marginais.

Rachas nas madrugadas com carros tunados na marginais com filhos dessa mesma classe média são ainda um dos ícones do simbolismo dessas chamadas “vias expressas” no imaginário social.

A inauguração com pompa e circunstância da ponte Otávio Frias (a chamada “Ponte Estaiada, verdadeira bomba sincromística – sobre isso clique aqui) ligando as margens do Rio Pinheiros e a sua transformação, juntamente com a Marginal Pinheiros, em cenário para o estúdio dos telejornais locais da TV Globo, demonstram o quanto ainda as marginais significam, mais de 50 anos depois do prefeito Prestes Maia. Isso sem falar que nas marginais também estão os prédios do jornal O Estado de São Paulo e da Editora Abril.

Marginal Pinheiros e Ponte Estaiada - a modernidade televisiva como farsa
Mas se no passado as modernidades das marginais foram uma tragédia (problemas ambientais da ocupação das várzeas e retificação de um rio de planície como o Tietê, poluição e deterioração urbana) hoje é vivido como farsa – chamar ainda de “via expressa” pistas saturadas e ainda, em nome disso, tentar reverter uma tendência global de renovação urbana.

Tudo isso talvez explique o verdadeiro freak out de muitos paulistanos: enquanto no Exterior medidas como essas da redução de velocidade são saudadas como civilizatórias, aqui são interpretadas como atos de regimes totalitários.
Se não, como ficariam os comerciais de TV de lançamentos de carros que patrocinam telejornais da TV Globo que figuram como cenário a Marginal Pinheiros com filas de carros parados ao vivo?

sábado, 25 de julho de 2015

Livros de colorir: que história contam?


Cultura, mercado editorial
Haroldo Ceravolo Sereza 
sexta-feira, 29 de maio de 2015 

 

O que explica o sucesso dos livros de colorir?

Há um certo furor em torno dos livros de colorir, best sellers nas livrarias. Há muito frisson, temor, comemoração de editores que embarcaram a tempo na onda.

O que explica esse fenômeno? Como ele surgiu? Do que se alimenta?

Primeiro, não acho que seja um problema que adultos estejam usando lápis de cor. Desenhar e pintar são atividades lúdicas, e os adultos têm também o direito à diversão. Segundo, do ponto de vista intelectual, qual a diferença entre pintar em jogar baralho? Ou ver novela? Não há rebaixamento nenhum nessas atividades, e só o preconceito é que explica que se vire a cara para uma tendência dessa.

Não vejo nenhum processo de infantilização, a menos que alguém me prove que pintar é uma atividade controlada diretamente pelo sistema hormonal, ou seja, que “biologicamente” ficamos despreparados para usar o lápis depois que passamos a puberdade. Se alguém estiver a fim, aguardo o link de um revista científica.

Mas vamos pensar nas origens. Como surgiu o livro de pintar?
lápis de cor
Lápis de cor da marca Caran d’Ache: uma indústria que realmente lucra com os livros

Ainda que não tenha feito nenhuma reportagem ou estudo específico sobre o tema, eu arriscaria a descrever o processo, baseado no relativo conhecimento de como funcionam as pesquisas e as corporações.

Minha primeira hipótese: o livro de colorir para adultos surgiu fora da indústria editorial. Ele tende a ser o resultado de alguma percepção genial de outra indústria, a de lápis de cor.

Novamente sem ter frequentado nenhum dado concreto, eu enumeraria os passos do nascimento do fenômeno:

1. A indústria de lápis de cor alcança uma sofisticação técnica que permite, a preços razoáveis, produzir diferentes tipos de lápis, em processos tão variados e sofisticados quanto o que já existia para os lápis grafites simples (em geral usamos o lápis preto número 2, mas há inúmeras outras possibilidades para quem desenha, com pontas mais macias, mais duras, mas grossas, mas finas – lembra das lapiseiras?).

2. A indústria do lápis de cor esbarra num mercado limitado: mães e pais não vão torrar o rico dinheirinho da família em produtos de ponta, uma vez que as crianças perdem os lápis com a mesma facilidade que esquecem os agasalhos nas escolas.

3. A indústria do lápis de cor encomenda uma pesquisa.

livro de colorir
Imagem do blog “Mesinha de Cabeceira“: livros coloridos também vão parar na Internet

E o que diz essa pesquisa? Diz que já há um grupo de pessoas que usa a pintura com lápis de cor para se distrair, para desligar o celular, para não assistir novela, para não ter de aprender a tricotar. Diz ainda que essas pessoas se irritam com a baixa qualidade dos lápis que são vendidos às crianças e principalmente com a baixa variedade de cadernos de pintura.

“Pintar o Pato Donald, da revista de R$ 1,99 vendida na banca de jornal, é absolutamente irritante”, afirma um dos entrevistados numa suposta pesquisa qualitativa. A pesquisa qualitativa ocorreu depois de uma pesquisa quantitativa com os adultos que compravam lápis de cor nas lojas especializadas. Esses entrevistados anteriormente já haviam afirmado, em sua maioria, que os lápis de colorir novos têm preços razoáveis, mas que é um tormento achar desenhos bacanas para pintar.

A pesquisa custou uma fortuna e identificou um gargalo: faltam imagens, papel e formatos adequados para expandirmos o nosso mercado. Mas qual a solução?

Achar alguém que produza imagens, papel e formatos adequados para que os pintores a lápis de cor tenham com que se divertir. Vem o segundo momento.

Numa reunião de uma grande empresa do setor, talvez até mesmo na associação dos produtores de lápis de cor, alguém propõe o seguinte encaminhamento:

1. Vamos procurar uma grande editora e propor uma edição de livros de colorir em quantidade suficiente para podermos acompanhar o processo com novas pesquisas.

2. Se essa editora não se convencer com os nossos dados, vamos financiar uma edição piloto.

Resultado:

1. A editora estuda o caso e pensa em algo especial: o livro de colorir não deve ser uma simples reprodução luxuosa da revista de colorir da banca de jornal. Tamanho da página, espessura, cor e textura do papel, orelha para marcar a última página pintada… Tudo isso tem de ser pensado para o máximo de conforto do pintor.

2. A indústria do lápis de cor gosta da proposta. E resolve pagar também um plano de marketing para essa editora-modelo, de modo que ela, além de espaço nas livrarias para seus livros, também leve alguns de seus novos produtos para lá.

Começa, então, uma nova fase.

1. O caso é testado num mercado local, numa cidade como Curitiba (PR). Como se sabe, Curitiba foi, por muitos anos, a cidade-teste de lançamento de novos produtos no país.

2. O case é um sucesso nessa hipotética Curitiba, e a indústria do lápis de cor e sua editora associada resolvem lançar o produto em escala nacional.

3. O sucesso se repete. Outras editoras percebem o sucesso e resolvem copiar o modelo, agora sem apoio da indústria do lápis de cor.

4. Chegamos à escala planetária, que inclui o Brasil. No Brasil, o sucesso é maior ainda – os livros, já fui conferir, são quase todos reproduzidos de editoras estrangeiras. Não diria traduzidos porque, afinal…

E por que isso não é um problema para as editoras de livros que não de colorir?


Livro Fantasia Celta, no blog Mais uma página

Ora, não é um problema porque o livro de colorir, por mais que venda, não está concorrendo diretamente com o livro de ler. O livro de colorir é um problema para o Google, para o Facebook, para o UOL, até para o Opera Mundi. Ele concorre com o mundo da imagem na internet. Ele concorre contra a ultraconexão.

A médio prazo, diria, ele até é um aliado da leitura, especialmente da leitura em livros de papel: porque ele tende a criar um espaço temporal de distância dos eletrônicos, do videogame (sim, adultos também já jogam videogame há algumas décadas), das redes sociais.

Colorir é um ato de introspecção. De relaxamento. De pensar imageticamente.

Colorir é atuar. Cria uma relação ativa entre o pintor amador e o livro. Há uma interação permanente, uma ligação quase afetiva.

Como disse, tudo isso é especulação.

Se não é verdade, pode virar um romance. Ou uma graphic novel.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

ódio na internet



UNESCO lança estudo sobre como enfrentar discursos de ódio na Internet

Fonte: Nações Unidas

Documento fornece uma visão global da dinâmica que caracteriza o discurso de ódio online e algumas das medidas que foram adotadas para combatê-lo e atenuá-lo.

Foto: Humaniza Redes
Foto: Humaniza Redes

Um novo estudo lançado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no mês passado fornece uma visão global da dinâmica que caracteriza o discurso de ódio online e algumas das medidas que foram adotadas para combatê-lo e atenuá-lo, destacando as boas práticas que surgiram nos níveis locais e globais. Ele foi desenvolvido em cooperação com o Programa em Direito de Mídia Comparado e Política (PCMLP) da Universidade de Oxford.

“Enfrentando o discurso de ódio online” foi apresentado durante a conferência “Juventude e a
Internet: Radicalização do Combate e Extremismo”, realizada em Paris em 16 e 17 de junho. Oferecendo uma análise abrangente dos quadros normativos internacionais, regionais e nacionais desenvolvidas para abordar o discurso de ódio online, e suas repercussões para a liberdade de expressão, o estudo coloca particular ênfase nos mecanismos sociais e não regulamentares que podem ajudar a combater a produção, divulgação e impacto das mensagens de ódio online.

Quatro principais áreas de tensão que podem surgir entre as normas internacionais destinadas a regular a liberdade de expressão e as obrigações dos Estados e sociedades para combater ou limitar o discurso de ódio são abordadas no estudo.

Além disso, centra-se em quatro tipos de iniciativas que foram lançadas para enfrentar o surgimento e/ou a propagação de mensagens de ódio. Com base nestes casos, o estudo prevê um conjunto de recomendações que podem ser adotadas por uma grande variedade de interessados para desenvolver respostas concretas e adaptáveis.

O texto completo está disponível aqui (em inglês).

***

Uma proposta de adendo à reflexão sobre os discursos de ódio na rede,  algo sobre as crianças postas (postadas?) na rede por seus pais.

Em Portugal, Justiça proíbe pais de publicarem fotos de filhos em redes sociais

21/07/2015 às 16:19

Escrito por: Redação
Fonte: Convergência Digital 

A decisão é de um dos estados (províncias) de Portugal, mas deve gerar jurisprudência no país, segundo relata a imprensa local: as crianças não são de propriedade dos pais e, portanto, esses não podem publicar fotos de seus filhos nas redes sociais.
 
A sentença é do Tribunal de Relação de Évora – equivalente no Brasil a um acórdão da Justiça estadual – no caso de pais separados que disputam a tutela da filha de 12 anos. Segundo revelou o Correio da Manhã, de Portugal, “a par da publicação de fotos, os pais não podem publicar nas redes sociais dados que permitam localizar ou identificar os respetivos filhos”.
 
O acórdão diz expressamente que “esta imposição é uma obrigação dos pais, tão natural quanto a de garantir o sustento, a saúde e a educação. Na verdade, os filhos não são coisas ou objetos pertencentes aos pais e de que estes podem dispor a seu bel-prazer. São pessoas e consequentemente titulares de direitos.”

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Face, um tupperware travestido de singularidade

Facebook, versão virtual do subúrbio norte-americano?




Como no projeto urbanístico que marcou EUA no pós-guerra, rede social oferece sensação de homogenidade. Pobre desejo, que nos afasta do que vida urbana tem de mais fascinante: o encontro com o outro
Richard / Flickr CC

Subúrbio de Milwaukee, em Wisconsin, na região nordeste dos Estados Unidos


No dia 5 de maio de 2011 o New York Times anunciava, sob a manchete “The Tupperware Party Moves to Social Media”, a decisão da tradicional marca de vasilhames de explorar as novas redes sociais como estratégia de marketing e vendas. O anúncio provavelmente teria passado despercebido, mas o fato de trazer, no mesmo enunciado, dois universos de convivência tão desconectados no tempo e no espaço me pareceu irônico e, por isso mesmo, merecedor de uma reflexão. Uma reflexão em torno das relações de proximidade estabelecidas nessas novas redes sociais juntamente com um produto ou marca que, a seu tempo, se tornou símbolo de um modelo de vizinhança paradigmático que teria uma grande influência na conformação ainda pouco amadurecida das cidades brasileiras: o subúrbio norte-americano.

Em 1947, Earl Silas Tupper, inventor e químico da DuPont, desenvolveu um sistema de vedação à prova de ar e água, derramamento e deterioração, que seria usado para o armazenamento de comida. A sua invenção, batizada de “Tupper Seal”, passou a ser aplicada a uma linha de vasilhames de polietileno produzida pela empresa nos anos anteriores. Os Tupperware, assim batizados, logo viriam a se tornar um símbolo do american way of life dos anos 50.

O lançamento desse produto no mercado coincidiu com um cenário pós-guerra, pré-feminista e de afirmação dos subúrbios como um modelo de vizinhança, aprovado por grande parte da população norte-americana, que abandonou os centros urbanos em troca da promessa de um ambiente adequado ao cotidiano da família, livre da indesejada convivência com grupos ou indivíduos que não se encaixavam no perfil de normalidade estabelecido pela sociedade.

Os pioneiros Tupperware tiveram uma curta temporada de vendas nos grandes magazines norte-americanos antes de serem retirados do mercado para poderem ser adquiridos apenas em encontros organizados entre as donas de casa de uma mesma comunidade: as Tupperware Parties.

Brownie Wise, uma mãe divorciada vinda do interior e com um estilo de vida um pouco distante do ideal feminino da mulher norte-americana dos anos 50, foi a responsável pela criação da estratégia de marketing da marca, que alcançaria cifras de centenas de milhões de dólares por ano. Tudo começou com um telefonema à fábrica, no qual a senhora Wise – que costumava vender eletrodomésticos, panelas e vassouras em casa –, irritada com o atraso na entrega de suas encomendas, insistiu em conversar pessoalmente com o Sr. Tupper, presidente da marca. Ao perceber que a insolente reclamante era uma revendedora autônoma que, sozinha, tinha alcançado vendas maiores do que qualquer um dos grandes magazines, o senhor Tupper decidiu contratá-la para uma transformação no modelo de comercialização dos seus produtos.

Ms. Wise iniciou então o seu projeto de recrutamento de colaboradoras. A oportunidade de se ter renda própria, trabalhando em casa e com um horário flexível que não prejudicasse as funções de mãe e esposa foi suficientemente atrativa para conquistar adeptas de todo país. Em pouco tempo, Ms. Wise liderou um crescente exército de vendedoras sustentado por uma rede de cooperação e vizinhança, distinta do competitivo e agressivo marketing associado ao tradicional modelo masculino de negócios. Logo, as Tupperware Parties tomam conta dos subúrbios. Nas animadas tardes só para mulheres, entre receitas, drinks e dicas de como armazenar melhor o jantar do marido, muitas encontraram uma boa remuneração, fato que configurou, segundo estudiosos, o princípio de uma autonomia feminina no mercado de trabalho.

Alguns anos mais tarde, esse mesmo projeto não ofereceu entusiasmo ao movimento feminista, então latente. Muitas mulheres entenderam que tal modelo de trabalho reforçava estereótipos femininos suburbanos, por representar uma espécie de desvio do propósito que buscava igualar as condições e oportunidades do trabalho feminino às dos homens. Além disso, as feministas argumentaram que a exploração econômica das redes de vizinhança e família era extremamente destrutiva, uma vez que se sustentam pela comercialização das relações afetivas.

Mas o incremento das vendas a níveis que escapavam à compreensão dos executivos formados nas business schools fez com que o sucesso alcançado pela Srta. Wise confrontasse a precária situação feminina no mundo dos negócios na época. Em 1954, ela se tornou a primeira mulher a aparecer na capa da Business Week Magazine. Com seu Cadilac pink e os seus característicos vestidos de renda, Wise era a personificação do sonho de liberdade de grande parte das mulheres norte-americanas.

Ela foi demitida do cargo em 1958, aparentemente devido à puritana desaprovação do Sr. Tupper ao seu estilo de vida independente. Mas a estrutura operacional criada por ela já tinha autonomia e começava a se espalhar para outros continentes.

As Tupperware Parties tornaram-se bastante populares no mundo todo, assim como o modelo de expansão dos subúrbios, ambiente que parece ter sido perfeito para a organização dessas festas. Em 1963, a empresa chegou à Europa, Japão e Austrália. No Brasil, as primeirasTupperware Parties datam dos anos 70, época em que também apareceram por aqui os primeiros condomínios horizontais fechados. O AlphaVille Residencial, ícone pioneiro dessa tipologia, foi lançado em 1975.

Os subúrbios norte-americanos surgiram nos anos do pós-guerra, alavancados por um movimento de revisão dos valores e da família e por um déficit habitacional que, a princípio, foi associado às novas famílias formadas pelos jovens veteranos da guerra. A partir de então, a população norte-americana testemunhou uma mudança significativa no conceito de moradia e vizinhança. A crescente demanda por moradia, juntamente com as políticas públicas de incentivo ao mercado imobiliário suburbano, aceleraram a indústria da pré-fabricação e impulsionaram a rápida expansão e afirmação dos subúrbios. A produção em série de subúrbios como Levittown e Park Forest redefiniram os antigos modelos de espaço público com a nova estética da pré-fabricação e da propriedade privada inserida num espaço coletivo contínuo. Em Lewittown, as taxas de produção alcançaram 30 casas por dia em julho de 1948.

Como um modelo de moradia e convivência sem precedentes na história das cidades, o empreendimento suburbano encontrou suporte numa ideologia política e estética associada a conceitos de eficiência e assepsia, não somente no planejamento espacial, como também no plano social. Os subúrbios parecem ter sido especialmente desenhados para a típica família branca de classe média norte-americana. Grupos sociais fora desse perfil não encontrariam as mesmas facilidades ou qualquer tipo de identificação. Os modelos das casas propostos pelo Federal Housing Administration apresentavam uma tipologia única e segregadora, de arquitetura exclusivamente voltada para as famílias nucleares, razão pela qual eram excluídos grupos sociais como os solteiros, casais sem filhos e idosos. Já os mecanismos de controle étnico dos subúrbios eram menos discretos.  Em Levittown, uma cláusula contratual restritiva estipulava que as casas somente poderiam ser vendidas ou alugadas para “membros da raça caucasiana”.



Entre os equipamentos que compunham o convidativo conjunto dos subúrbios estavam as novas escolas públicas aclamadas nacionalmente, a facilidade de conexão com a cidade por um eficiente sistema de trens e railways, os modernos centros comerciais, os playgrounds, igrejas e sinagogas, dispostas sobre os intermináveis jardins coletivos.

Somados à sedução dos baixos impostos, esses fatores configuravam um cenário atrativo o suficiente para justificar a adesão de milhões de famílias norte-americanas nos anos 1950. No entanto, por trás dessa aparente liberdade de escolha, os baixos juros cobrados no financiamento das casas suburbanas e as hipotecas garantidas pelo governo atestavam que o sucesso da empreitada era patrocinado por um projeto político que almejava a liberação das cidades para a implementação dos projetos federais de renovação urbana.

No Brasil, o modelo de expansão periférica das cidades que mais se aproxima dos subúrbios norte-americanos são os já citados condomínios horizontais fechados. Mas, nesse contexto de transposição, há que se considerar o frágil equilíbrio das nossas cidades, assoladas por um conflito social muito mais dramático do que o das cidades norte-americanas.

O conflito vivenciado no Brasil faz com que as palavras violência e segurança funcionem como passe de mágica na construção das arquiteturas mais contraditórias de que se tem notícia. Em essência, os nossos condomínios fechados, “enclaves fortificados”, definem relações de vizinhança bastante diversas do seu modelo de inspiração. Os moradores dos subúrbios norte-americanos compartilham um sentimento coletivo de pertencimento a um grupo social coeso e aparentemente bem integrado, sentimento este que justifica críticas: a aparente monotonia dos padrões e comportamentos dos seus integrantes.

No caso brasileiro, a migração das classes média e alta para os condomínios fechados, em porcentagens muito inferiores, foi motivada principalmente pela busca da segurança prometida pelos muros fortificados. Muitos desses condomínios trazem também a proposta de um isolamento campestre, que garante, no seu projeto de urbanização paisagística, o equivalente aos metros quadrados de jardim coletivo suburbano sob a forma de coeficiente em área de preservação da vegetação nativa.

Mas a lógica do isolamento fortificado não se limitou apenas aos condomínios periféricos. Podemos verificar, com lamentável frequência, o mesmo princípio de segregação aplicado aos edifícios particulares que inevitavelmente colaboram com a conformação do espaço público das nossas cidades. Dessa maneira, estabelecem-se os princípios de convivência contraditórios que caracterizam as cidades brasileiras e que têm como principal consequência a deterioração qualitativa do espaço das cidades como local de convivência e trocas.

E é nessa esfera das convivências e trocas que o deslocamento dasTupperware Parties para as redes sociais inspira uma reflexão sobre o novo ambiente de vizinhança surgido quase meio século depois da exportação endêmica do modelo suburbano. As redes de convivência no facebook se consolidam sob o argumento promissor de uma cartografia que eliminaria as limitações espaciais e reconfiguraria o território virtual segundo critérios democráticos de afinidades que poderiam ser confortavelmente operados pelo usuário, construtor do seu espaço público. Trata-se, obviamente, de uma categoria bastante particular de espaço público, cuja grande conquista parece ter sido a exclusão do corpo físico e de todas as limitações a ele associadas. Essa exclusão permite estabelecer os novos parâmetros de proximidade e vizinhança.

Diante da metáfora do espaço público aplicada ao espaço virtual seria possível dizer, também metaforicamente, que aos usuários das redes sociais cabe o papel de articuladores de seu próprio espaço público. As ferramentas disponibilizadas pelo sistema permitem selecionar o perfil dos frequentadores do seu círculo de amizades, bem como erradicar da sua porção particular de espaço público qualquer manifestação que não esteja de acordo com os padrões estabelecidos pelo administrador. Esse movimento constante de construção e manutenção do espaço de convivência em seu estado ideal reproduz, ainda que remotamente, as ações dos urbanistas ortodoxos dos subúrbios e dos enclaves condominiais em seu esforço de ordenação asséptica do território.

Nem os subúrbios e condomínios, nem as inovadoras redes sociais se aproximam do que há de mais instigante no modelo de vizinhança aparentemente caótico das cidades reais: o privilégio do encontro com o outro. Um outro que é em essência diferente de mim, e que me confronta regularmente com uma demanda de reposicionamento, adaptação e afirmação diante do coletivo. Nos dias de hoje, com todos os avanços das telecomunicações, que permitem modos de vida, trabalho e relacionamento desvinculados da condição de proximidade física, viver na cidade deveria ser uma escolha. E, como em toda escolha, há que se entender o que está em jogo antes de realizá-la. Viver na cidade significa conviver com o outro, com a diversidade – e é sob esse paradigma que seus habitantes deveriam optar ou não pelo modelo de moradia e vizinhança urbana.

Condomínios e facebook em coexistência com a metrópole contemporânea poderiam configurar alternativas de vizinhanças diversas, possíveis escapes para a intensidade da convivência urbana, e não o contrário. Não se pode esperar da metrópole a garantia Tupperware de vedação contra vizinhos incovenientes, e nem o acondicionamento perfeito dos seus habitantes em recipientes separados e rotulados numa logística de reconhecimento e identificação que vai um bocado além da cartela de cores disponibilizada à clientela das Tupperware Parties.

Artigo originalmente publicado na Piseagrama, parceira editorial de Outras Palavras.
Piseagrama é a única publicação sobre espaços públicos — “existente, urgentes, imaginários” — no Brasil. Nascida em Belo Horizonte em 2010, quando venceu o edital Cultura e Pensamento do Ministério da Cultura, mantém-se hoje com apoio dos leitores. Impressa, é publicada a cada semestre. Na loja virtual de Outras Palavras, é possível assiná-la, comprar edições anteriores e adquirir de bolsas, camisetas, adesivos e cartazes com propostas para outros projetos de cidades. 





terça-feira, 14 de julho de 2015

Perspectivas que não circulam na "grande" mídia


Putin Leads BRICS Uprising


There’s been a virtual blackout of news from this year’s seventh annual BRICS summit in Ufa, Russia.  None of the mainstream media organizations are covering the meetings or making any attempt to explain what’s going on.  As a result, the American people remain largely in the dark about a powerful coalition of nations that are putting in place an alternate system that will greatly reduce US influence in the world and end the current era of superpower rule.

Let’s cut to the chase: Leaders of the BRICS (Brazil, Russia, India, China and South Africa) realize that global security cannot be entrusted to a country that sees war as a acceptable means for achieving its geopolitical objectives.  They also realize that they won’t be able to achieve financial stability as long as Washington dictates the rules, issues the de facto “international” currency, and controls the main levers of global financial power. This is why the BRICS have decided to chart a different course, to gradually break free from the existing Bretton Woods system, and to create parallel system that better serves their own interests. Logically, they have focused on the foundation blocks which support the current US-led system, that is, the institutions from which the United States derives its extraordinary power; the dollar, the US Treasury market, and the IMF. Replace these, the thinking goes, and the indispensable nation becomes just another country struggling to get by.  This is from the Asia Times:
“Leaders of the BRICS… launched the  New Development Bank, which has taken three years of negotiations to bring to fruition. With about $50 billion in starting capital, the bank is expected to start issuing debt to fund infrastructure projects next year. They also launched a foreign-exchange currency fund of $100 billion.
The two new endeavors are statements that the five largest emerging markets are both looking out for each other and, simultaneously, moving away from the western financing institutions of the World Bank and International Monetary Fund.
“The BRICS states intend to actively use their own resources and internal resources for development,” Putin said, according to Reuters. “The New (Development) Bank will help finance joint, large-scale projects in transport and energy infrastructure, industrial development.”…..Birthing the two initiatives in Russia had been Putin’s top priorities.”
(“Russia’s Putin scores points at Ufa BRICS summit“, Asia Times)
Can you see what’s going on? Putin has figured out the empire’s vulnerabilities and he’s going straight for the jugular.  He’s saying: ‘We’re going to issue our own debt, we’re going to run our own system, we’re going to fund our own projects, and we’re going to do it all in our own currency. Kaboom. The only thing you’re going to be doing, is managing your own accelerating economic decline. Have a good day.’ Isn’t that the gist of what he’s saying?

So can you see, dear reader, why none of this is appearing on the pages of US newspapers or on US television.   Washington would rather you didn’t know how they’ve bungled everything by alienating the fastest growing countries in the world.

The Ufa conference is a watershed moment. While the Pentagon is rapidly moving troops and military hardware to Russia’s borders, and one bigwig after another is bloviating about the “Russian threat”; the BRICS have moved out of Washington’s orbit altogether.  They are following the leadership of men who, frankly speaking, are acting exactly like US leaders acted when the US was on the upswing. These are guys who “think big”; who want to connect continents with high-speed rail, lift living standards across the board, and transform themselves into manufacturing dynamos. What do America’s leaders dream about: Drone warfare? Balancing the budget? Banning the Confederate flag?

It’s a joke. No one in Washington has a plan for the future. It’s all just political opportunism and posturing.  Check this out from The Hindu:
“China and Russia have described BRICS, the Shanghai Cooperation Organisation (SCO) and the Eurasian Economic Union (EAEU) as the core of a new international order…
Russian President Vladimir Putin said… “There is no doubt — we have all necessary premises to expand the horizons of mutually beneficial cooperation, to join together our raw material resources, human capital and huge consumer markets for a powerful economic spurt.”
Russia’s Tass news agency also quoted Mr. Putin as saying that the Eurasian continent had vast transit potential. He pointed to “the construction of new efficient transport and logistics chains, in particular, the implementation of the initiative of the Silk Road economic belt and the development of transportation in the eastern part of Russia and Siberia. This may link the rapidly growing markets in Asia and Europe’s economies, mature, rich in industrial and technological achievements. At the same time, this will allow our countries to become more commercially viable in the competition for investors, for creating new jobs, for advanced enterprises,” he observed.”….
The summit also acknowledged “the potential for expanding the use of our national currencies in transactions between the BRICS countries.”   (“BRICS, SCO, EAEU can define new world order: China, Russia“, The Hindu)
The dollar is toast. The IMF is toast. The US debt market (US Treasuries) is toast.  The institutions that support US power are crumbling before our very eyes. The BRICS have had enough; enough war, enough Wall Street, enough meddling and hypocrisy and austerity and lecturing. This is farewell. Sure, it will take time, but Ufa marks a fundamental change in thinking, a fundamental change in approach, and a fundamental change in strategic orientation.

The BRICS are not coming back,  they’re gone for good, just as Washington’s “pivot to Asia” is gone for good. There’s just too much resistance. Washington has simply overplayed its hand, worn out its welcome. People are sick of us.

Can you blame them?

MIKE WHITNEY lives in Washington state. He is a contributor to Hopeless: Barack Obama and the Politics of Illusion (AK Press). Hopeless is also available in a Kindle edition. He can be reached at fergiewhitney@msn.com.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Aprisionamento nas redes

 
Sugerimos uma epígrafe para a postagem a seguir:
 
Holandesa simula viagem de férias sem sair de casa pra mostrar como é possível manipular nossas vidas nas redes sociais 
 
 
 

Here’s an Explanation for the Connection Between Facebook and Unhappiness

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There's an understandable fascination with the question of what effects Facebook has on its 1.3 billion users, and the answer has turned out to be a bit complicated, with findings pointing in both negative (Facebook makes people less happy) and positive (Facebook makes people more trusting and socially connected) directions. Maria Konnikova pointed out in her extremely helpful 2013 rundown of the research that the mixed messages are probably the result of "Facebook" being such a broad topic. As the researcher Samuel Gosling told her, “What makes it complicated is that Facebook is for lots of different things — and different people use it for different subsets of those things."

Photo: DWithers/Getty Images

It makes intuitive sense. If one person uses Facebook only to accept party invites and the other uses it to obsessively comb through pictures of exes, you'd imagine the site having different effects on these two individuals. And tons of researchers think that what matters the most is how frequently Facebook users compare themselves to other people — an inevitable human tendency that's been known to lead to unhappiness.

In a recent study in the Journal of Social and Clinical Psychology, a team led by Mai-Ly N. Steers of the University of Houston attempted to better understand the connections between Facebook, happiness, and social comparison. In two studies, they tracked the depressive symptoms and Facebook usage habits of a group of students at a Southwestern university.

Overall, they found that the more time a given student spent on Facebook, the stronger the depressive symptoms they experienced. That connection, though, was influenced by how frequently the student in question compared themselves to others on Facebook — so things aren’t quite as simple as “Facebook causes depression.”

Rather, the authors write, “Both studies provide evidence that people feel depressed after spending a great deal of time on Facebook because they feel badly when comparing themselves to others.” The researchers also tested the reverse idea — that depressed people spend more time on Facebook, are more likely to make social comparisons, and therefore see worse outcomes — but didn’t find much statistical support for this idea. So overall, it seems to be the case that Facebook generates a stream of endless opportunities to compare ourselves to our peers — via their vacation and spouse pictures, their employment updates, and so on — and these comparisons stress us out and depress us. 

So it’s no surprise the authors used “Seeing Everyone Else’s Highlight Reels” as part of the title of their paper. (Interestingly, even positive comparisons with others — that is, “Wow, I am doing way better than Phil” — seemed to be correlated with depressive symptoms. The researchers wrote that while this may seem surprising, it’s actually in line with past findings showing that all social comparisons are correlated with depressive symptoms.)

This was a correlational study, so the standard disclaimer applies: There could be other stuff that the researchers didn’t catch that is responsible for the connections they observed. And as with any study done on a group of college students, it's fair to ask whether folks who aren’t in college might behave differently on, and react differently to, Facebook.

Those caveats aside, what does this mean for those of us who use Facebook a lot and are unlikely to be weaning ourselves off the service anytime soon? I asked Steers via email whether there might be a way for people on Facebook to be more conscious of their tendency to make social comparisons — to not cut down on your frequency of use, in other words, but to use it in a less self-defeating way.

She was skeptical. “Social comparison is an automatic process,” she said. Rather, she advised a somewhat more reflective approach to Facebook overall. “I would advise heavy Facebook users who might be feeling more depressed to try to reflect on their experiences,” she said. “Facebook's intended purpose is for people to interact and feel more positively as a result.  However, if you are experiencing the unintended consequence of feeling bad about yourself after using Facebook, maybe it's time to step away from the keyboard.”
Of course, that’s always a challenge when your friend just posted a whole new batch of vacation photos.
 
 
 
 


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