Administradores de páginas no Facebook podem ter percebido nos últimos
dias um alcance cada vez menor nos seus posts. Isso não é por acaso. A
rede social tem cortado cada vez mais o número de postagens que chegam
ao feed de notícias dos usuários de forma orgânica.
Um plano comercial obtido pelo Advertising Age confirma a tendência. O
documento aponta que se trata de uma redução gradual e significativa da
distribuição orgânica que, em tese, deveria "garantir uma experiência
significativa com o site".
A suspeita, no entanto, é de que a rede social estaria cortando o
alcance orgânico dos posts para forçar marcas que dependem da audiência e
engajamento do Facebook a pagarem para promover seus serviços. A
empresa, no entanto, alega que se trata apenas de um filtro para
oferecer menos posts para o usuário, de forma a deixar o feed de
notícias mais limpo.
“O feed de notícias é cada vez mais concorrido, as pessoas curtem e
compartilham a cada dia um número maior de coisas. Como essa
distribuição é orientada pelo comportamento social de cada usuário, é
natural que não sejam todas as mensagens que apareçam em cada timeline”,
esclarece Camila Fusco, gerente de comunicação do Facebook no Brasil,
em contato com o Meio e Mensagem. De acordo com ela, o filtro também
acontece entre amigos.
Ela rejeita a alegação de que o corte de alcance seja uma forma de
incentivar as marcas a pagarem para ter seu conteúdo divulgado. "Se
quiserem, as marcas podem adotar os modelos publicitários para ampliar
esse alcance, mas é totalmente opcional", completa ela.
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06/12/2013 às 13:17
Boca de Rua: outra peça no quebra-cabeças das mídias livres
Curta conta trajetória incomum de jornal
produzido há doze anos, em Porto Alegre, por moradores das ruas. "Mostramos o que a sociedade não vê", dizem
Desde 2001, é distribuído nas ruas de Porto Alegre o único jornal
brasileiro feito exclusivamente por moradores de rua. O projeto Boca de
Rua traz em suas matérias o ângulo “do que a sociedade não vê”, como
conta uma das integrantes do jornal.
Sustentado inicialmente por apenas três pessoas, hoje o Boca possui
quase 30 integrantes (que trabalham na reportagem, fotografia,
diagramação e distribuição). E das 150 pessoas que já passaram por suas
páginas, cerca de 70 chegaram a sair das ruas. A iniciativa de uma
comunicação feita por quem não tem voz partiu das jornalistas Rosina
Duarte e Clarinha Glork, que tinham como objetivo desconstruir o estigma
que paira sobre os moradores de rua – população que vivem diariamente
em condição de invisibilidade social.
Atualmente, a ONG Alice (Agência Livre para Informação, Cidadania e
Educação) apoia o projeto Boca de Rua e o Boquinha – destinado para os
filhos dos moradores de rua.
Marcelo Andrighetti conheceu o Boca há dois anos, quando comprou um
exemplar por R$1,00. Hoje, é diretor do vídeo de 10 minutos que conta
sua história, o Boca de Rua – vozes de uma gente invisível. O curta foi
contemplado na categoria web documentário pelo programa Rumos Itaú
Cultural 2013. Confira!