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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Dados, bibliotecas, arquivos, repositórios...


 A expansão das bibliotecas digitais e virtuais 25 de agosto de 2015  Elton Alisson | Agência FAPESP – O número de bibliotecas digitais e virtuais tem aumentado nos últimos anos. Uma das razões é o surgimento de programas gratuitos, como o DSpace, o Greenstone e o Fedora, que facilitam a construção desses repositórios de informações na internet.  “Por conta disso, diversas instituições, tanto do setor público como privado, estão criando bibliotecas digitais em diferentes áreas, tais como educação, cultura e ciência", disse Murilo Bastos Cunha, professor do Departamento de Ciência da Informação e Documentação da Universidade de Brasília (UnB), durante palestra em evento comemorativo dos dez anos da Biblioteca Virtual (BV) da FAPESP, realizado no dia 21 de agosto de 2015 na FAPESP.  As bibliotecas digitais começaram a ter maior desenvolvimento a partir de 1996, quando iniciou a fase comercial da internet no país. Nesse período, bibliotecas tradicionais, que até então estavam muito focadas na preservação de seus acervos e na provisão de acesso físico de publicações impressas, passaram a desenvolver sistemas de catálogo automatizado, de acesso público.  “Esses sistemas de catálogo automatizado possibilitaram que os acervos das bibliotecas, que até então estavam confinados em um espaço físico restrito, pudessem ser conhecidos por um número muito maior de pessoas em nível nacional e internacional”, disse Cunha.   Uma das vantagens das bibliotecas digitais, na avaliação do pesquisador, é que elas possibilitam aos usuários não só ter acesso, como trabalhar diretamente com as versões eletrônicas de documentos completos, de qualquer lugar e a qualquer tempo. Além disso, permitem maior agilidade no intercâmbio de informações com outras bases de dados.  “Mediante metadados e protocolos de intercâmbio de informação, as bibliotecas digitais podem compartilhar facilmente dados contidos em seus registros e melhorar sua operabilidade”, disse Cunha.   Desde 2009, a BV-FAPESP tem adotado uma série de medidas para aumentar a interoperabilidade com sistemas internos e externos à Fundação. Uma das medidas foi a importação de dados referenciais de artigos científicos resultantes de auxílios e bolsas concedidas pela FAPESP, publicados em periódicos científicos indexados nas bases de dados da Web of Science e do SciELO, além de teses e dissertações provenientes de bibliotecas digitais das três universidades públicas estaduais paulistas: a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp).  Além disso, foram desenvolvidos diversos recursos para aumentar a funcionalidade da biblioteca virtual, como perfis dos pesquisadores que têm ou tiveram projetos de pesquisa apoiados pela FAPESP.  A página reúne links para o currículo Lattes, My Citation e ResearchID do pesquisador, quando disponível, além de palavras-chave representando suas linhas de pesquisa e suas publicações científicas apoiadas pela Fundação, desde que citado o agradecimento à FAPESP e o número do processo no artigo científico publicado.  “A BV-FAPESP, inicialmente mais preocupada com a indexação da literatura científica, passou a ser nos últimos anos um sistema de informação referencial de acesso público sobre os auxílios e bolsas concedidos pela FAPESP, incluindo as referências dos resultados das pesquisas realizadas”, disse Rosaly Favero Krzyzanowski, coordenadora da BV, em palestra durante o evento.  “Com a implantação dessa série de melhorias, pudemos observar que, a partir de 2009, houve um aumento de 896% em relação a 2008 no número de visitas à BV-FAPESP, que vem crescendo paulatinamente e hoje atinge a marca de mais de 4 milhões de acessos anuais”, detalhou.  A BV-FAPESP conta atualmente com 200 mil registros de Auxílios à Pesquisa, Bolsas no País e Bolsas no Exterior concedidos pela FAPESP, mais de 58 mil registros de publicações científicas resultantes desse apoio e 18 mil registros de publicações acadêmicas (teses e dissertações), desde 1992.  Os cerca de 40 mil registros relativos ao período 1962-1991 já foram digitalizados e estão sendo padronizados para integrar o acervo da BV-FAPESP a partir do final do ano.  A BV-FAPESP, como explica Krzyzanowski, tem informações referenciais e links para textos completos de artigos científicos publicados em revistas eletrônicas, ou indexados em repositórios de produção intelectual, diferentemente de bibliotecas digitais ou de repositórios, que contêm textos completos.  Referência importante  “A BV-FAPESP dá uma valiosa contribuição para ampliar o acesso ao conhecimento científico e tecnológico produzido em São Paulo, tanto em nível nacional como internacional, por meio da divulgação das pesquisas financiadas pela FAPESP e, além disso, para preservar e disseminar a memória da Fundação”, disse Celso Lafer, presidente da FAPESP, na abertura do evento.  O diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, destacou que, além de auxiliar a comunicar para o contribuinte paulista e para o mundo as atividades da Fundação, usando as ferramentas de internet, a BV-FAPESP também é um instrumento importantíssimo para o próprio trabalho da instituição.  “A BV-FAPESP é muito utilizada pela diretoria científica e pelos assessores das coordenações de área da FAPESP para analisar os projetos que requerem apoio da Fundação”, afirmou.  “Ao analisar um projeto, é possível saber por meio da BV-FAPESP se o proponente já teve outros projetos apoiados, por exemplo”, disse Brito Cruz.  Também participaram do evento o diretor administrativo da FAPESP, Joaquim José de Camargo Engler, e Carlos Vogt, ex-presidente da Fundação e atual presidente da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp).

A expansão das bibliotecas digitais e virtuais

25 de agosto de 2015

Elton Alisson | Agência FAPESP – O número de bibliotecas digitais e virtuais tem aumentado nos últimos anos. Uma das razões é o surgimento de programas gratuitos, como o DSpace, o Greenstone e o Fedora, que facilitam a construção desses repositórios de informações na internet.

“Por conta disso, diversas instituições, tanto do setor público como privado, estão criando bibliotecas digitais em diferentes áreas, tais como educação, cultura e ciência", disse Murilo Bastos Cunha, professor do Departamento de Ciência da Informação e Documentação da Universidade de Brasília (UnB), durante palestra em evento comemorativo dos dez anos da Biblioteca Virtual (BV) da FAPESP, realizado no dia 21 de agosto de 2015 na FAPESP.

As bibliotecas digitais começaram a ter maior desenvolvimento a partir de 1996, quando iniciou a fase comercial da internet no país. Nesse período, bibliotecas tradicionais, que até então estavam muito focadas na preservação de seus acervos e na provisão de acesso físico de publicações impressas, passaram a desenvolver sistemas de catálogo automatizado, de acesso público.
“Esses sistemas de catálogo automatizado possibilitaram que os acervos das bibliotecas, que até então estavam confinados em um espaço físico restrito, pudessem ser conhecidos por um número muito maior de pessoas em nível nacional e internacional”, disse Cunha.

Uma das vantagens das bibliotecas digitais, na avaliação do pesquisador, é que elas possibilitam aos usuários não só ter acesso, como trabalhar diretamente com as versões eletrônicas de documentos completos, de qualquer lugar e a qualquer tempo. Além disso, permitem maior agilidade no intercâmbio de informações com outras bases de dados.

“Mediante metadados e protocolos de intercâmbio de informação, as bibliotecas digitais podem compartilhar facilmente dados contidos em seus registros e melhorar sua operabilidade”, disse Cunha.

Desde 2009, a BV-FAPESP tem adotado uma série de medidas para aumentar a interoperabilidade com sistemas internos e externos à Fundação. Uma das medidas foi a importação de dados referenciais de artigos científicos resultantes de auxílios e bolsas concedidas pela FAPESP, publicados em periódicos científicos indexados nas bases de dados da Web of Science e do SciELO, além de teses e dissertações provenientes de bibliotecas digitais das três universidades públicas estaduais paulistas: a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Além disso, foram desenvolvidos diversos recursos para aumentar a funcionalidade da biblioteca virtual, como perfis dos pesquisadores que têm ou tiveram projetos de pesquisa apoiados pela FAPESP.

A página reúne links para o currículo Lattes, My Citation e ResearchID do pesquisador, quando disponível, além de palavras-chave representando suas linhas de pesquisa e suas publicações científicas apoiadas pela Fundação, desde que citado o agradecimento à FAPESP e o número do processo no artigo científico publicado.

“A BV-FAPESP, inicialmente mais preocupada com a indexação da literatura científica, passou a ser nos últimos anos um sistema de informação referencial de acesso público sobre os auxílios e bolsas concedidos pela FAPESP, incluindo as referências dos resultados das pesquisas realizadas”, disse Rosaly Favero Krzyzanowski, coordenadora da BV, em palestra durante o evento.

“Com a implantação dessa série de melhorias, pudemos observar que, a partir de 2009, houve um aumento de 896% em relação a 2008 no número de visitas à BV-FAPESP, que vem crescendo paulatinamente e hoje atinge a marca de mais de 4 milhões de acessos anuais”, detalhou.

A BV-FAPESP conta atualmente com 200 mil registros de Auxílios à Pesquisa, Bolsas no País e Bolsas no Exterior concedidos pela FAPESP, mais de 58 mil registros de publicações científicas resultantes desse apoio e 18 mil registros de publicações acadêmicas (teses e dissertações), desde 1992.

Os cerca de 40 mil registros relativos ao período 1962-1991 já foram digitalizados e estão sendo padronizados para integrar o acervo da BV-FAPESP a partir do final do ano.

A BV-FAPESP, como explica Krzyzanowski, tem informações referenciais e links para textos completos de artigos científicos publicados em revistas eletrônicas, ou indexados em repositórios de produção intelectual, diferentemente de bibliotecas digitais ou de repositórios, que contêm textos completos.


Referência importante
“A BV-FAPESP dá uma valiosa contribuição para ampliar o acesso ao conhecimento científico e tecnológico produzido em São Paulo, tanto em nível nacional como internacional, por meio da divulgação das pesquisas financiadas pela FAPESP e, além disso, para preservar e disseminar a memória da Fundação”, disse Celso Lafer, presidente da FAPESP, na abertura do evento.
O diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, destacou que, além de auxiliar a comunicar para o contribuinte paulista e para o mundo as atividades da Fundação, usando as ferramentas de internet, a BV-FAPESP também é um instrumento importantíssimo para o próprio trabalho da instituição.

“A BV-FAPESP é muito utilizada pela diretoria científica e pelos assessores das coordenações de área da FAPESP para analisar os projetos que requerem apoio da Fundação”, afirmou.

“Ao analisar um projeto, é possível saber por meio da BV-FAPESP se o proponente já teve outros projetos apoiados, por exemplo”, disse Brito Cruz.

Também participaram do evento o diretor administrativo da FAPESP, Joaquim José de Camargo Engler, e Carlos Vogt, ex-presidente da Fundação e atual presidente da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp).

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Bibliotecas do Brasil - mapeamento

MinC lança mapa com bibliotecas públicas de todo o país

28.7.2015 - 10:00  
Fonte:  MinC

Acesso rápido


O Ministério da Cultura (MinC) acaba de lançar uma plataforma na qual é possível encontrar, dentro do mapa do Brasil, as 6.021 bibliotecas públicas (municipais e estaduais) e comunitárias cadastradas no Cadastro Nacional de Bibliotecas e que integram o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP). O acesso é livre para qualquer cidadão. Pelo mapa, é possível encontrar dados como endereço e acessibilidade das instituições. 
De acordo com a coordenadora geral do SNBP da Diretoria de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB) do MinC, Veridiana Negrini, a ideia é, neste primeiro momento, divulgar os dados das bibliotecas públicas que já estão cadastradas para que, posteriormente, os gestores responsáveis por esses equipamentos possam complementar as informações sobre suas bibliotecas, com dados sobre acervo, serviços, infraestrutura, gestão, relação institucional e público principal da biblioteca.
"Pretendemos, no segundo semestre deste ano, lançar o novo cadastro nacional de bibliotecas, com objetivo de para mapear de maneira abrangente as bibliotecas públicas e comunitárias existentes no país", adiantou a coordenadora. 
Dentro do processo de aprimoramento e atualização do mapa, novas bibliotecas, bibliotecas comunitárias e pontos de leitura também poderão ser cadastrados no Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), que também está em processo de reformulação. Criado pelo MinC, o SNIIC visa coletar, armazenar e difundir dados e informações sobre a cultura brasileira.
Camila Campanerut
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura
 

quinta-feira, 17 de março de 2011

Uma história do copyright, por Rick Falkvinge - parte 5


Fonte: A Rede

Rick Falkvinge, fundador do primeiro Partido Pirata, começou a publicar em 1o. de fevereiro, em seu blog, uma série de sete capítulos chamada História do Copyright. "Nesta série de sete capítulos, vou escrever sobre a história do copyright desde 1350 até nossos dias. Essa história, nos livros de história, é muito diferente do que normalmente ouvimos por parte da indústria de copyright hoje", explica ele. Vamos fazer a tradução livre e publicar a série. Esta é a quinta parte.

Parte 5: Direitos morais

No final dos anos 1800, o fortalecido monopólio do copyright dos editores havia reduzido a possibilidade dos autores serem remunerados pelo seu trabalho de forma independente. Todo o dinheiro, praticamente, ia para as mãos dos editores e distribuidores, e os autores ficaram à míngua, por conta do monopólio do copyright. (Como hoje).

Foi um francês chamado Victor Hugo quem tomou a iniciativa de criar condições menos desiguais dentro do monopólio do copyright, incorporando a ele uma tradição francesa conhecida como "direito de autor" (droit d’auteur). Ele também quis tornar o monopólio do copyright válido internacionalmente. Até então, só havia monopólios nacionais. Um escritor francês podia vender seu monopólio a uma editora francesa, e a editora teria monopólio dentro da França, mas não na Alemanha ou na Inglaterra.

Hugo queria mudar isso. Contraditoriamente, os monopólios de patentes e de copyright foram esquecidos quando as leis de livre mercado foram promulgadas na Europa, em meados do século 19. Até hoje a lei de patentes usa a "prevenção contra a concorrência desleal" como uma justificativa para sua existência, que é remanescente da época em que as guildas (associações de profissões) determinavam produtos, artesãos e preços; se alguém tenta criar concorrência em algum segmento de mercado, hoje, é perseguido e levado aos tribunais. O monopólio de copyright é um remanescente semelhante, da liga de livreiros de Londres.

Victor Hugo tentou criar um contrapeso ao imenso poder das editoras, dando aos autores alguns direitos mesmo sob o monopólio do copyright e com isso, infelizmente, empobrecendo ainda mais o público. (É importante sempre lembrar que há três partes em disputa nos conflitos de copyright: autores/criadores, editoras/estúdios/gravadoras e o público. Ironicamente, o interesse público era a única parte legítima quando o sistema de monopólio foi criado.)

Victor Hugo não sobreviveu para ver os frutos de sua iniciativa, mas a Convenção de Berna foi assinada em 1886. A convenção determinava que os copyrights de um país deveriam ser respeitados pelos demais, e foi criada uma agência, a BIRPI, para fiscalizar isso. Essa agência cresceu, se transmutou e se tranformou na Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), que zela até hoje pelo cumprimento da Convenção de Berna. A OMPI, por sua vez, também cresceu, se transmutou e foi sequestrada duas vezes. (Falaremos mais sobre isso no próximo capítulo da série).

Então, até este ponto, são quatro as principais características do monopólio do copyright, com mais diferenças que semelhanças entre elas:

Um, o monopólio comercial sobre a impressão ou a gravação (fixação em um suporte, como livro, disco, filme) de um trabalho. Esse é o monopólio original dado à Associação de Livreiros de Londres, que era só quem podia imprimir livros, em contrapartida a aceitarem a censura real sobre os livros que poderiam ser impressos.

Dois, o monopólio comercial das apresentações de um trabalho. Se alguém apresenta (canta, projeta, encena) um trabalho em público, com finalidade comercial, o detentor do monopólio pode lhe cobrar por isso.

Três, o direito moral de reconhecimento do criador. O direito de um autor ou artista ser reconhecido como criador de uma obra, uma proteção contra a falsificação ou o plágio.

Quatro, o direito moral de vetar uma apresentação imprópria de seu trabalho. Se um criador achar que determinada apresentação deprecia seu trabalho, tem o direito de impedir que ela venha a público.

A natureza dos direitos morais é bem diferente da natureza dos monopólios comerciais, no sentido de que não podem ser transferidos ou vendidos. E isso os coloca bem longe do argumento que convenceu o Parlamento inglês a reestabelecer o monopólio do copyright em 1709 (Veja o capítulo 3, O monopólio morre - e ressucita).

Também é importante observar que frequentemente esses quatro aspectos são misturados e embaraçados, para defender o mais controverso e danoso entre os monopólios, o monopólio comercial sobre a impressão ou gravação (fixação) de uma obra (e sua posterior cópia). Você vai ouvir, muitas vezes, as pessoas que defendem a indústria do copyright perguntando “você acharia bom se alguém se apropriasse de um trabalho seu e dissesse que ele é o autor?”. Isso está, no entanto, fora de disputa, claramente definido na terceira parte, o direito moral de atribuição e de crédito, que não pode ser usado, sem má fé, para defender nenhum dos dois monopólios comerciais.

Os Estados Unidos eram contrários aos direitos morais, falando nisso. Eles não assinaram a Convenção de Berna até o momento em que se deram conta de que poderiam usá-la para se fortalecer em uma disputa contra a Toyota, cem anos depois.
Vamos falar disso na sétima e última parte da série.


Próxima: As gravadoras sequestram o monopólio do copyright