Mostrando postagens com marcador políticas públicas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador políticas públicas. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Mídia Ninja e Fora do Eixo no Congresso Nacional


 newsaudiencia_NEWS-head copy

Políticas públicas para a cultura e comunicação em debate Congresso no Nacional

A rede Fora do Eixo e a Mídia NINJA foram temas da Audiência Pública promovida na última terça, dia 17, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Realizada no plenário 01, e convocada por unanimidade na Comissão de Cultura após requerimento feito pelos deputados Nilmário Miranda (PT / MG) e Jandira Feghalli (PC do B / RJ) - presidenta da Comissão, a audiência movimentou cerca de 300 pessoas, entre deputados e socidade civil.
_MG_5961
Foram mais de 04 horas de debates intensos sobre as mais diversas iniciativas que as redes participam e também sobre a importância de um Marco Regulatório para redes e movimentos de todo país. Deputados dos mais variados partidos estiveram presentes assim como coletivos parceiros de todo país, debatendo em conjunto a criminalização dos movimentos, Leis de Incentivo, comportamento coletivo, democratização da mídia e muito mais.

Confira abaixo trechos dos diálogos:
FB_fanpage_kitCONV_NEWS-foot copy 2

Pablo Capilé

_MG_5808
"Não existe dinheiro para produção cultural hoje no Brasil. Não há um sistema nacional de cultura que de fato seja efetivo e que consiga fazer os governos federal, estadual e municipal estarem integrados num bloco de investimentos. O investimento na cultura em nosso país é ínfimo. Cresceu muito nos últimos anos, mas está muito longe da demanda de produção cultural que temos, e por isso desenvolvemos novas formas de se fazer cultura no Brasil: com caixas coletivos, moedas complementares, casas coletivas. Um outro gargalo é que o próprio Estado que criminaliza os movimentos culturais. A Lei 8.666 te coloca no mesmo lugar de grandes corporações para prestar contas. Uma grande corporação que gere R$ 60 milhões, e que tem um grande corpo técnico é capaz de prestar forma conta como o sistema pede. Da mesma forma você tem um ponto de cultura que tem R$ 60 mil para gerir, é o mesmo que presta conta, é aquele está apresentando a peça no palco, e se ele compra um parafuso ao invés de um prego, corre o risco de ser preso.
Nós precisamos criar mecanismos pra tratar os diferentes de forma diferente. Não dá para você achar que a perspecativa isonômica vai tratar uma grande fundação da mesma forma que trata o pequeno ponto de cultura. Tem que ter uma forma de conseguir refletir ao entorno dessas diferenças gritantes que existem num país de dimensões continentais como o nosso."


Bruno Torturra

_MG_5838
"Para mim nós vivemos potencialmente a idade de ouro do jornalismo, em uma sociedade que se define pela leitura constante de informações, pela troca. Cada vez mais brasileiros têm um smartphone capaz de fazer o que apenas um canal de televisão era capaz de fazer há 10 anos. E como aceitamos a idéia de que o jornalismo está morrendo?
Há um potencial gigantesco colocado em nossa geração: pessoas que já nascem na rede e já nascem comunicadores públicos. Há uma massa de jornalistas e estudantes de jornalismo sem emprego e sem perspectiva de emprego, e mais do que isso, há uma massa da população precisando, demandando, esperando um jornalismo diferente, confiável, independente. Menos de 8% da população brasileira acredita que a grande mídia representa a população ou valores democráticos, 35% acreditam que os veículos representam os interesses de seus donos, 32% acreditam que a grande midia representa os interesses dos mais ricos, 15% acreditam que a grande mídia representa o interesse de políticos vinculados a esses veículos. Essa crise de identidade você mede na rua. Se você for ver as marchas de junho e julho, um alvo cada vez mais frequente nas ruas era a própria mídia. Muitos entenderam as manifestações como um fenômeno político inédito: eu acredito que são sobretudo um fenômeno de comunicação, com a capacidade e empoderamento súbito das pessoas de criar as próprias narrativas e quebrar uma narrativa oficial onde todos simultaneamente conseguiram falar que o rei estava nu.

Ivana Bentes

_MG_5880
"As políticas públicas do Brasil ainda estão sendo pensadas para um modelo de economia industrial, fordista, fabril. Digo isso na economia, na cultura, na educação - o que nós temos é uma linha de montagem que tenta dar conta de um modelo serial, que está em transição e em crise. Trata-se efetivamente da grande disputa e do grande desafio não só do Fora do Eixo, mas de todos os pontos de cultura, de todas as pessoas que trabalham com cultura, e eu diria mais, de todos os jovens brasileiros. Tínhamos a conclusão de que todos os jovens iriam entrar no sistema formal de trabalho, com seus direitos assegurados, e essa não é a realidade do Brasil e do mundo. Quando eu digo que o Fora do Eixo transformou precariedade em autonomia, ele está inventando através da sua moeda complementar, através do trabalho colaborativo, através do aproveitamento desse momento de uma economia da abundância, onde com internet, com acesso a comunição, você pode produzir muito, transformar pobreza, precariedade, em riqueza, em valor. Então acho que essa é a máscara dessa outra economia, da economia do comum, do colaborativo que nós estamos vivendo, e está sendo criminalizada. Então nós estamos tratando da nova forma do trabalho da juventude do Brasil, estamos tratando dessa nova forma de trabalho do precariado, que está no hip hop, nos pontos de cultura, está por todo lugar que é o autônomo, ou seja, é transversal essa crise, e a crise do emprego fordista".

FB_fanpage_kit_NEWS-foot copy

Jandira Feghali (PC do B / RJ)

_MG_5919
“Este fórum, a possibilidade de debate entre cultura e comunicação, acontece em um momento bastante interessante na política brasileira.
Acho que um grande legado ao Parlamento e ao país que esta Comissão pode deixar, é a desburocratização da relação Estado e sociedade por meio de uma política estruturante. Um grande salto que podemos dar é fazer com que a Comissão seja uma espécie de fiadora de mobilização popular.
Quanto a credibilidade da mídia, há uma provocacão importante: a internet é um campo livre de opiniões, e é um espaço de disputa. Como vocês enxergam a disputa política nos espaços de comunicação?. Dentro disso um outro encaminhamento desta Comissão é a criação grupo de trabalho especifico para estruturar as propostas que acumulamos até aqui e dar visbilidade a questão da mídia”. Veja fala completa aqui.

Jean Willys (PSOL / RJ)

_MG_5943
“Como é que o Fora do Eixo lida com a vontade dos artistas de ser eixo e de estar no eixo? Como desarticular esse Star system? Que outra proposta de sucesso existe e quais são as dificuldades que você tem de lidar com esse imaginário do artista que já está impregnado com essa ideia de sucesso?”
Veja a fala completa aqui.


Evandro Milhomem (PC do B / AP)

_MG_5954
“Eu fico muito contente com a oportunidade de ter um debate como esse. Nem sempre os compromissos com a formalidade dessa Casa permitem-nos debater estes temas de forma relacionada: mídia, economia solidária, cultura, tudo com o devido entrelaçamento entre essas coisas que estão no dia a dia das pessoas.”
Veja a fala completa aqui.

José Stédile (PT / RS)

_MG_5971
"Na minha opinião, o movimento Fora do Eixo, depois do MST (que durante muitos anos foi referência dos movimentos sociais), é um movimento que está se tornando referência no Brasil, e não é porque luta pela Cultura, é porque luta por um novo modelo de vida. "
Veja a fala completa aqui.

Domingos Sávio (PSDB / MG)

foto_477 (1)
"Tenho um sobrinho que participa do movimento Coletivo Fora do Eixo, um músico em Minas Gerais encantado com todo o processo. Acho muito importante que a gente construa uma alternativa. Na verdade você tem uma Lei que regulamenta a aplicação de um pequeno recurso ou de milhões de reais tentando colocar tudo com a mesma regra, então você precisa ter um modelo simplificado e com mais controle social por que o modelo simplificado não pode ser a premissa da falta de transparência, o modelo simplificado, para não cair em descrédito, tem que ser um modelo hiper simplificado e que tenha mais transparência".
Veja a fala completa aqui.

Waldenor Pereira (PT / BA)

_MG_5981
"Lá na minha cidade, um grupo do Fora do Eixo realiza um festival cultural de muito boa qualidade, inclusive com ações como música, teatro, cinema, entre outras atividades. Portanto, quero mais uma vez testemunhar que a experiência do Fora do Eixo por lá é uma experiência exitosa - pelo que realiza quase semanalmente na nossa cidade, palco de uma grande efervescência cultural".
Veja a fala completa aqui.

Fernando Marroni (PT / RS)

_MG_5998
"Parabéns pelo trabalho! Eu acho que estamos vivendo em uma disputa política sobre mídia, sobre sistemas de convivência, ou seja, um projeto que se contraponha a isso".
Veja a fala completa aqui.

Marina Santanna (PT / GO)

marina santanna
"Sem dúvida entendo que o movimento Fora do Eixo é de fato uma orientação preciosa para caminhos novos nos movimentos que vão surgindo. A feição é nova, os instrumentos são novos, existem novos recursos. Essas possibilidades de educação política pela cultura e pela comunicação estão colocadas".
Veja a fala completa aqui.


FB_fanpage_kit_NEWS-foot
Captura de Tela 2013-09-19 às 02.05.27
***

Dúvidas?

Entre em contato com midianinja@gmail.com e contato@foradoeixo.org.br

reproduzido  

De:     Fora do Eixo <contato@foradoeixo.org.br>
Assunto:     Mídia NINJA e Fora do Eixo são temas de debate no Congresso Nacional

sábado, 5 de maio de 2012

Aquecimento Global, (novo) Código Florestal, Veta Dilma! Construção e desconstrução de fórmulas discursivas num jogo político

    Não é novidade pra ninguém que a aprovação ou veto do texto no novo Código Florestal para o Brasil está em pauta.
    Conforme o texto foi sendo aprovado pelas instâncias políticas responsáveis, a pressão da população através das mídias sociais e atos de manifestação foi aumentando no sentido de que o veto ocorra.

Página "Veta Dilma" no Facebook: com mais de 7,268 "likes", usuários trocam informações e se organizam com posição contrária à aprovação do dito novo Código Florestal brasileiro.
Ministro Rebelo é recebido com protesto contra Novo Código Florestal.

   Toda essa movimentação cristalizou(?) os dizeres "Veta Dilma!" tal qual um S.O.S. ambientalista. Mas o assunto aqui, na verdade, não é levantar questões sobre o que há de positivo e/ou negativo no texto do novo Código Florestal (que, ao ser enunciado desta maneira ad infinitum, já parece naturalizar a polêmica e emergir a ideia de que ele é, de fato, O NOVO Código Florestal, não é?), mas trazer à luz uma curiosidade repentina, nesta altura do campeonato (faltando somente a aprovação da última instância política nacional, da presidentA), que algumas emissoras de TV aberta nacional tiveram sobre o conceito (antigo?) de "Aquecimento Global" (outra fórmula?). 

Observem:


'O aquecimento global é uma mentira', é o que afirma o Climatologista Ricardo Augusto - Programa do Jô (Rede Globo)




Aquecimento global: houve exagero, diz doutor - Jornal da Band (Grupo Bandeirantes)



    Alguns dizeres (valores) estão sendo colados ao sintagma "Aquecimento Global": teoria, hipótese; quando, não há muito tempo, ele era uma "verdade incoveniente"... Saber que a linguagem não é transparente pode ser um trunfo quando se tem em mente para onde ela deva refletir e refratar. E pra onde seria?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Anuário ARede de inclusão digital: projetos do setor público - federais, estaduais e das capitais


É preciso mais

Fonte: Telesíntese


Diferentemente de muitos anuários, este trabalho não tem por objetivo estabelecer uma hierarquia entre os projetos de inclusão digital públicos do país ou avaliar a qualidade de cada um deles. O intuito é traçar um panorama do que está sendo realizado pelos governos federal, estaduais e municipais para subsidiar estudiosos da inclusão digital e formuladores de políticas públicas.

Esse panorama, se comparado ao apresentado pela primeira edição do Anuário ARede de Inclusão Digital, de 2009, que também abordou as  iniciativas realizadas pelos governos, nos dá algumas pistas importantes para pensar a inclusão digital enquanto política pública. Houve uma evolução efetiva. Os gestores de programas que se limitavam a fornecer a conexão à internet e promover alfabetização digital dos alunos, majoritariamente jovens de baixa renda, já perceberam que essa fase está superada. É preciso mais.

Mas qual caminho seguir? Muitos programas estão fortalecendo suas iniciativas para fazer da inclusão digital um fator de aceleração da inclusão social e do desenvolvimento do protagonismo dos alunos. Outros têm investido em um viés de formação instrumentalista, levando em conta apenas as demandas imediatas do mercado de trabalho. Uma concepção que limita as perspectivas dos jovens diante do amplo leque de opções oferecidas pela comunicação em rede e pelo compartilhamento da produção de conteúdos.


Lia Ribeiro Dias
Diretora Editorial


Para baixar na íntegra em .pdf :

baixar na íntegra em .pdf

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Rodas de conversa sobre a cultura digital

Fonte: A Rede

PARTE I

3º Festival da Cultura Digital: as redes nas ruas

Áurea Lopes
5/12/2012 

O vão livre do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro foi mais do que apropriado para traduzir o espírito do 3º Festival de Cultura Digital. A ideia era levar o conceito e o movimento do conhecimento livre para a rua, romper as barreiras dos espaços físicos fechados e até mesmo as limitações do mundo virtual. De 2 a 4 de dezembro, centenas de ativistas, estudiosos e interessados em aprender sobre cultura livre e democratização do acesso às tecnologias da informação e da comunicação passaram pelos vários palcos do evento – literalmente aberto a relatos de experiências, trabalhos colaborativos, demonstrações de projetos e rodas de conversas.

Todas as atividades procuraram se orientar pelo espírito “da produção e da apropriação do bem comum, seja esse bem cultural ou resultado material de uma criação intelectual”. Essa ideia vem da palavra commons, da língua inglesa, que contém um conceito tão abrangente que ainda não há uma tradução consensual para o português – discussão que também foi objeto de reflexão entre os participantes do festival, empenhados em trazer os temas da liberdade de expressão e produção mais próximo da sociedade brasileira.

“Essas estruturas vazadas para que todos possam ver, participar, representam a proposta do festival. Nós ocupamos o espaço público. Foi um exercício de liberação das potências da internet para as redes físicas, provocando processos inovadores”, avaliou Rodrigo Savazoni, diretor geral do festival.
Pela primeira vez, o encontro de cultura digital aconteceu fora de São Paulo, em um local aberto e sob a forma de festival – as edições anteriores seguiram o modelo de fóruns. As atividades foram distribuídas em seis eixos: Mostra de experiências, Visualidade, Laboratório Experimental, Espaço Multimídia, Encontro de Redes e Arena de debates. O ex-ministro Gilberto Gil foi o embaixador do festival e recebeu, na cerimônia de abertura, o professor Yochai Benkler, diretor do Berkman Center for Internet. 

Presente em todos os dias do festival, o ex-ministro participou, ao lado do compositor Jorge Mautner, de um debate na Arena sob o tema “Ocupações, revoluções, redes: articulação do movimento global”, em que falaram também moradores de rua que participam de uma ocupação urbana na Cinelândia. Fazendo uma análise sobre as mobilizações sociais contemporâneas, impulsionadas pelas tecnologias, Gil disse: “O rio da história arrasta muita coisa. As novas ofertas [referindo-se à internet] são aparentemente libertadoras. Mas não eliminam a necessidade da vigília, da disposição de lutar pela atenuação, que seja, das desigualdades. É sempre assim, não dá para aliviar, é preciso nadar contra o aluvião das injustiças”.


PARTE II

Projetos e articulações nos variados eixos da cultura digital

A troca de conhecimentos, experiências, links e aplicativos aconteceu em variados formatos e espaços durante o 3º Festival de Cultura Digital. Mas as conexões transcenderam a grade de programação. “O que estamos vivendo aqui é uma rede de afetos, que entrelaça as relações de pessoas para pessoas”, sintetizou Régis Bailux, do coletivo Bailux de metareciclagem.

Para abrigar um dos seis eixos do festival, um dos espaços da cidade do Rio de Janeiro escolhido foi o cine Odeon, na Cinelândia, onde aconteceram as palestras de convidados internacionais, como Yochai Benkler, diretor do Berkman Center for Internet, Michel Bauwens, fundador do Peer-to-peer, entre outros.

No Museu de Arte Moderna (MAM), coletivos com foco em arte, educação, direitos humanos e serviços públicos apresentaram seus trabalhos na sala da Cinemateca. No vão ivre do museu, as bancadas do Laboratório Experimental promoveram a troca livre de conhecimentos e desenvolvimentos colaborativos utilizando tecnologias livres.

“Este ano, quisemos quebrar a expectativa das pessoas em relação às oficinas, onde você v em e aprende a fazer algo. Neste festival, temos as pessoas dialogando e produzindo, espontaneamente, com liberdade”, disse Felipe Fonseca, um dos organizadores do laboratório. Ele apontou, entre outros projetos do laboratório, um trabalho com cartografia experimental. “Estamos falando do uso de mapas e cartografia como ferramenta e metodologia de interferir na realidade, a partir de sistemas livres de georeferenciamento”.

O Festival recebeu também o Ônibus Hacker, que fez sua primeira viagem, vindo de São Paulo com mais de 30 ativistas da transparência de dados públicos. O ônibus, projeto que se viabilizou a partir de uma iniciativa de financiamento coletivo, está se preparando para percorrer o país e levar às comunidades o conceito e a prática do direito cidadão de ter acesso aos dados governamentais, em todas as instâncias. O ônibus, que recebeu a vista do embaixador do Festival, Gilberto Gil, voltou para São Paulo equipado com um circuito de transmissão de rádio FM feito em uma das oficinas do festival.

 

PARTE III

Ministério da Cultura apresenta propostas e abre debate com ativistas

Em roda de conversa sobre participação cidadã, dia 4, no 3º FCD, o secretário de Políticas Públicas, Sérgio Mamberti, e o coordenador-geral de Mídia Digital, José Murilo Jr., apresentaram as iniciativas que o ministério da Cultura vem encaminhando dentro do Plano Nacional de Cultura.
Murilo falou sobre a criação do Sistema Nacional de Informações Culturais (SNIC), que está sendo desenhado para ser uma plataforma de dados abertos que a sociedade poderá não apenas consultar, mas complementar e também utilizar as informações de forma livre, uma vez que as APIs serão abertas. "Imaginamos uma espécie de Google Maps da cultura brasileira", disse o coordenador. A partir dessa base de dados, esclareceu, a população poderá construir serviços e aplicativos. "O sistema vai exigir a participação de produtores e artistas, que deverão manter o banco atualizado", completou. A grande riqueza, acrescentou, o volume de informações desse acervo virá da interlocução com a sociedade.

Murilo também apresentou ao público do 3º FCD a proposta do ministério de criar um registro unificado de obras de arte, acoplado a uma licença pública para bens culturais. Os detalhes da nova licença ainda não estão definidos: “Queremos construir esse conceito junto com a sociedade, com vocês, para isso estamos aqui. O diálogo está aberto e o ministério espera as contribuições”.

Sérgio Branco, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas, colocou a preocupação de que a licença pública não venha excluir a licença Creative Commons. Murilo garantiu que não será uma licença obrigatória, tampouco virá para substituir a licença Creative Commons. Poderão ser usadas ambas, adiantou. "A combinação de registro autoral com uma licença customizada vai permitir que o autor decida que tipo de incentivo à circulação deseja para sua obra", avaliou.

O secretário Mamberti anunciou que no início de 2012 o MinC deverá publicar o mapeamento dos projetos do Pronac, com dados do período 1995-2011: "Vamos abrir a caixa de Pandora, com detalhamento de tudo o que foi pago a produtores, artistas e todos os envolvidos nas iniciativas financiadas com recursos do Pronac".