sábado, 5 de maio de 2012

Aquecimento Global, (novo) Código Florestal, Veta Dilma! Construção e desconstrução de fórmulas discursivas num jogo político

    Não é novidade pra ninguém que a aprovação ou veto do texto no novo Código Florestal para o Brasil está em pauta.
    Conforme o texto foi sendo aprovado pelas instâncias políticas responsáveis, a pressão da população através das mídias sociais e atos de manifestação foi aumentando no sentido de que o veto ocorra.

Página "Veta Dilma" no Facebook: com mais de 7,268 "likes", usuários trocam informações e se organizam com posição contrária à aprovação do dito novo Código Florestal brasileiro.
Ministro Rebelo é recebido com protesto contra Novo Código Florestal.

   Toda essa movimentação cristalizou(?) os dizeres "Veta Dilma!" tal qual um S.O.S. ambientalista. Mas o assunto aqui, na verdade, não é levantar questões sobre o que há de positivo e/ou negativo no texto do novo Código Florestal (que, ao ser enunciado desta maneira ad infinitum, já parece naturalizar a polêmica e emergir a ideia de que ele é, de fato, O NOVO Código Florestal, não é?), mas trazer à luz uma curiosidade repentina, nesta altura do campeonato (faltando somente a aprovação da última instância política nacional, da presidentA), que algumas emissoras de TV aberta nacional tiveram sobre o conceito (antigo?) de "Aquecimento Global" (outra fórmula?). 

Observem:


'O aquecimento global é uma mentira', é o que afirma o Climatologista Ricardo Augusto - Programa do Jô (Rede Globo)




Aquecimento global: houve exagero, diz doutor - Jornal da Band (Grupo Bandeirantes)



    Alguns dizeres (valores) estão sendo colados ao sintagma "Aquecimento Global": teoria, hipótese; quando, não há muito tempo, ele era uma "verdade incoveniente"... Saber que a linguagem não é transparente pode ser um trunfo quando se tem em mente para onde ela deva refletir e refratar. E pra onde seria?

Um comentário:

  1. Pois é, e ainda há quem diga que uma das características da ciência é ser objetiva, impessoal, neutra (!!).
    "Dar nome a" é já dizer que se entende uma certa coisa de um certo modo a partir de um certo lugar...
    Al Gore se fez com um "aquecimento global" empulhado a (quase) todo mundo, e no maior glamour - cinematograficamente - mundo afora.
    Eis a questão da circulação, de novo, como parte dos sentidos que se produzem, né?
    Aliás, interessante pensar que, desde o comecinho da circulacão disso que viria a ser uma fórmula discursiva, muitos se levantaram, dentro e fora das universidades, pra dizer que não tem aquecimento global coisa nenhuma, que o problema da ação antrópica existe, mas não "aquece" o planeta etc.
    Quem ouvia? Agora, quando a grita vai pro progama do Jô, pro Globo Rural... Aí se ganha espaço, quem sabe até se vire o jogo. Circulação. Modos de circular.

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