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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Midialivrismo e comunicação pública

Ivana Bentes fala sobre midialivrismo e a democratização da comunicação para o Instituto Telecom




Brasil pode ter maior comunicação pública do mundo
Escrito por: Pedro Peduzzi
Fonte: Instituto Telecom 

Com mais de 5 mil veículos de comunicação pública, o Brasil tem potencial para instituir um sistema que, integrado, poderá ter uma dimensão inédita no mundo. Na avaliação do secretário de Audiovisual do Ministério da Cultura, Mário Henrique Borgneth, neste cenário, o papel da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) seria estratégico, no sentido de criar condições estruturais para a integração.

Borgneth defendeu que, para a EBC exercer tal papel serão necessários investimentos em conhecimento e infraestrutura, além de incentivos por meio de políticas públicas. Segundo ele, é também necessária uma liderança que enxergue as grandes demandas do sistema, como regionalização, regulação, investimento e financiamento para tirar da “indigência” boa parte dos sistemas comunitários. Atualmente, há no Brasil mais de 2 mil rádios comunitárias sendo alvo de processos.

“São mais de 5 mil veículos públicos no Brasil. Não há nenhum sistema privado no mundo com essa dimensão. Pensar isso como sistema significa resgatar parte substancial do mandato daEBC como linha estruturadora do sistema, com segmentos comunitários, legislativos, universitários, educativos e cultuirais”, disse Borgneth hoje (14), no Fórum Brasil de Comunicação Pública 2014.

Presidente da Associação Brasileira de Canais Comunitários (Abccom), Paulo Miranda diz que o número de veículos públicos pode aumentar ainda mais, mas que a falta de receita pode comprometer o futuro. Por esse motivo, defende uma legislação que possibilite patrocínios para esse tipo de mídia.

“Já conseguimos abrir diálogo [sobre a veiculação de publicidades institucionais] com a Secom [Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República]. Mas até o momento os valores apresentados são muito baixos, entre R$ 11 e R$ 60 por inserção”, disse Miranda. Uma alternativa, acrescentou, seria instituir, no âmbito governamental, uma política de mídia comunitária e um orçamento participativo dentro do bolo publicitário do governo.

Na opinião do secretário Borgneth, para evitar o uso político dos veículos públicos de comunicação é fundamental que se crie um distanciamento entre eles e os veículos estatais governamentais. Para isso, acrescenta, é necessário, além de estruturar os veículos estatais, dar autonomia financeira para os veículos públicos. “Enquanto o Estado pagar a conta do público e não houver o veículo [genuinamente] estatal, ele vai buscar [esse canal] onde ele estiver. A tentação é muito grande, até porque o embate [do governo] com a mídia comercial é cruel”, argumentou.

Outro ponto destacado por Borgneth é a questão da credibilidade dos veículos públicos. “A audiência, no campo público, é diferente do privado, e está associada à reputação e à identidade que temos de construir, que envolve valores e cidadania com o objetivo de equipar o cidadão para que ele possa sonhar. E, quando perceber isso, ele estabelecerá vínculos afetivos e de confiança com o veículo público e com a sociedade”.

Mas para que isso aconteça, acrescentou o secretário, é preciso que a sociedade “se enxergue nos veículos”, o que só ocorre com a participação direta dela nesses veículos. “Ou seja, tem de se oferecer canais de expressão para a sociedade”, disse ele. “Precisamos de identificação; de um canal permanente de pertencimento”, resumiu.

“Muitas vezes os veículos caem em uma cilada de buscar uma fotografia do Brasil de uma falsa harmonia, falsamente confundido com o Brasil oficial, chapa branca. Quando não se enxerga o contraditório, as contradições e os conflitos, o veículo público empurra essa reputação para o campo do oficialismo. Mas não somos governo. Somos sociedade. E quanto mais aprofundarmos essa identidade, menor será a vergonha do investimento social feito nos veículos públicos de comunicação”, completou.

domingo, 14 de julho de 2013

O teste da Globo passou no teste das ruas. Novos atos virão

Fonte: Blog do Rovai

12/07/2013 | Publicado por Renato Rovai em Geral


Projeção na sede da Globo (Foto: Maria Frô)

De repente uma palavra surge sobre o símbolo da Globo e outra a substitui na sequência.
Mente foi a primeira. Sonega, depois.
De onde surgiu aquilo? Quem mirava o projetor com tamanha criatividade contra a toda poderosa de tantos tempos e governos?
Era uma poderosa rede articulada ou apenas dois garotos criativos?
E a música? Quem era o puxador de samba daquela bateria?
Quem era aquela menina que parodiava a música tema do carnaval global?
E a galera com raiva e rostos cobertos? Quem eram os meninos que se diziam blacks blocs?
Quem era aquela gente nova numa manifestação pela democratização da mídia?
Quem eram eles que se misturavam ao Intervozes, ao Barão de Itararé e ao pessoal do MST e o Levante Popular?
Quem eram eles que estava ali com o Movimento Passe Livre e da Mídia Livre? Quem eram os ninjas que não eram da Pós TV?
Eles junto com o Lalo, o Sérgio Amadeu, o Miro, o João Brant e o Igor Felippe. Eles os pichadores sem medo e as meninas corajosas da primeira fila. Eles e elas que ignoraram a polícia e seus helicópteros.
A marcha de ontem à noite na frente à Globo marcou.
Uma TV inóspita e pouco acessível. Que fica num lugar inóspito e pouco acessível. Numa cidade, convenhamos, bastante inóspita como São Paulo. Mesmo assim éramos ao menos uns 2 mil por lá.



Aliás, daria para comparar a manifestação noturna de ontem na frente da Globo, que não tinha um único figurante, com a dos médicos na Paulista. A deles, segundo o Jornal da Globo do dia, teria 5 mil. Sendo assim, 5 mil para a de ontem também.
Passa bastão
Bastão passado. Havia muitos e muitos jovens putos, putíssimos com a TV dos Marinhos. Gente que quer ocupar a Globo. Que quer ocupar o Congresso. Que quer ocupar o Ministério das Comunicações. Que quer ir até as últimas consequências para mostrar que não aceita mais este jogo nas comunicações. Que quer derrubar o Paulo Bernardo e sua mentalidade lobista.
E tudo indica que isso vai continuar.

(Foto: Elisa/Centro de Mídia Independente)

A partir de hoje a Globo virou alvo. E a democratização das comunicações uma pauta das ruas.
Que bom que havia muitos jovens e a boa energia do Passe Livre.
E que bom que o MST estava lá.
Há coisas novas acontecendo. E em algum momento isso haveria de acontecer. A Globo se tornaria alvo.
Do que é movimento novo. E do que supostamente é movimento tradicional.
A Globo não poderia passar ao largo de um momento histórico como este que vive o Brasil.
Era preciso um movimento global contra a Globo.
O que aconteceu hoje foi só o começo.
As redes vão amadurecer o que aconteceu nas ruas. E vão articular novas ruas.
Redes e ruas vão criar ainda muitos problemas para quem se achava acima deles, a Globo.