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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Cultura Livre!

A produção científica quer ser livre

Por Bia Martins, do blog Autoria em Rede

Existe atualmente um paradoxo no que se refere à produção científica brasileira: embora ela seja financiada com dinheiro público – via agências como Capes, CNPQ, Faperj e Fapesp –, boa parte fica restrita a publicações pagas.

Atualmente as universidades públicas são obrigadas a colocar em repositórios de acesso livre toda a produção de seus alunos, como monografias, dissertações e teses. Porém, a produção intelectual dos professores não é tratada da mesma forma. Mesmo que financiada pelo governo, é considerada patrimônio privado do pesquisador que decide como quer divulgá-la.

Outro dia soube que existe um projeto de lei, em tramitação no Senado, que visa obrigar todas as instituições de ensino superior de caráter público, assim como as unidades de pesquisa, a publicar a produção técnico-científica de seu corpo discente e docente em repositórios de acesso livre.
Conheça o projeto aqui. Acompanhe sua tramitação aqui.

A má notícia é que um projeto similar havia sido apresentado em 2007, mas não conseguiu ir à votação até o término da legislatura, em 2010. O projeto atual está ainda esperando parecer da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado. Não há certeza que consiga tramitar com agilidade, muito menos que venha a ser aprovado.

Sabemos que existe muita pressão por parte das editoras científicas comerciais para estabelecer um critério de escassez nessa produção, a fim de aumentar seus lucros. Por enquanto, apenas o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT da UFRJ apoiou publicamente o projeto de lei.

No entanto, importantes centros de pesquisa por todo mundo, como a Universidade de Harvard por exemplo, têm investido fortemente no conceito de Open Access. Conheça o Harvard Open Access Project.

Tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, se fortalecem as políticas pelo acesso livre ao conhecimento científico. Só na área de saúde, os números são bem significativos: o US PubMed Central (PMC), repositório mantido pela National Institutes of Health (NIH), dos EUA, disponibiliza hoje mais de 2,5 milhões de artigos em texto completo. Na Europa, o Europe PMC, lançado em novembro de 2012, tem mais de 2 milhões de artigos científicos.

Aqui no Brasil, felizmente, temos a iniciativa pioneira da Fundação Oswaldo Cruz que criou o repositório institucional Arca para disseminar e preservar a produção intelectual da instituição. Conheça o Arca.

Este conceito deveria ser levado para toda a universidade brasileira. No entanto, ao contrário, temos hoje o Portal de Periódicos Capes que funciona em direção oposta: boa parte de seu conteúdo só é acessível por IPs registrados de quem é assinante e paga pelo serviço.

O movimento de software livre lançou o slogan: “toda a informação quer ser livre”. Em se tratando de conhecimento científico, essa máxima é ainda mais verdadeira pois, para a ciência avançar, o conhecimento deve ser compartilhado o mais amplamente possível.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Ubuntu !!

Novo Ubuntu pode ser testado online

 Da redação
ARede

25/04/2013 - O Ubuntu 13.04, chamado Raring Ringtail, acaba de ter o download liberado pela desenvolvedora Canonical. O sistema operacional, baseado em Linux, recebeu uma série de atualizações que, garante a empresa, o deixaram mais ágil e leve. Ganhou também novos recursos. Talvez as mais importantes mudanças sejam o uso do novo kernel 3.8 do linux e da inferface Unity 7.
Usuário do Ubuntu 12.10 podem atualizar para a nova versão em poucos cliques. Basta apertar Alt+F2 e digitar update-manager na caixa que se abrir. Depois, siga as instruções na tela. Quem usar outras versões do Ubuntu e quiser fazer o upgrade, tem duas opções: atualizar para 12.10 e então para o 13.04, ou, formatar o sistema e instalar o novo Ubuntu.

Devido a diversos bugs, a Canonical resolveu descontinuar o donwloader para Windows. Para quem usa o sistema da Microsoft e quer ter um computador com os dois sistemas, deve montar um Live DVD ou USB. Outra diferença é a redução do tempo de manutenção do sistema, que agora terá ciclos de 9 meses, em vez dos habituais 18 meses. A decisão visa, entre outras coisas, liberar a equipe de desenvolvimento para trabalhar nos softwares mais recentes, e foi decidida por votação pela comunidade.

O Ubuntu 13.04 traz os programas Firefox 20, Thunderbird 17.0.5, Nautilus 3.6.3, LibreOffice 4.0.2, Empathy 3.6.4, Totem 3.6.3, Gedit 3.6.2, Deja Dup Backup Tool 26, Rhythmbox 2.98, Brasero 3.6.1, Transmission 2.77, Remmina 1.0, Software Center 5.6 e GNOME Control Center 3.6.3, Compiz 0.9.9, GTK 3.6.4, LibreOffice 4.0entre outros.

Para quem não conhece e quer testar, ou quem usa uma versão anterior e está na dúvida se o sistema merece atualização, a Canonical criou uma versão em nuvem do sistema, pela qual é possível conhecer os principais recursos e usar os programas embarcados. É bom lembrar, porém, que ali o S.O. roda nos servidores da empresa e com um desempenho superior ao da média dos computadores. Vá aqui para baixar.

sexta-feira, 15 de março de 2013

O "progresso", afinal, o que é?


Inovação a partir da obsolescência

15/03/2013
Por Heitor Shimizu
James Wallbank, fundador do Access Space, fala sobre iniciativa inglesa de transformação social por meio do domínio da tecnologia, que vai da reutilização de computadores à produção de novidades digitais (divulgação)

Agência FAPESP – Criar oportunidades de transformações econômicas e sociais por meio do uso (e reúso) da tecnologia é o objetivo do Access Space, centro de aprendizagem eletrônica em Sheffield, localizado no terceiro distrito mais populoso na Inglaterra.

Conhecida como “cidade do aço”, Sheffield foi seriamente afetada pela crise econômica atual, chegando a uma taxa de desemprego acima dos 10%. Ao mesmo tempo, na última década se agravou o problema do acúmulo de lixo eletrônico, com a rápida obsolescência dos computadores e outros dispositivos digitais.

Esse cenário levou o artista plástico James Wallbank e amigos a criar o Access Space, em 2000. “O centro começou com a união entre a fartura de computadores velhos e a escassez de oportunidades de trabalho e de desenvolvimento profissional na região. A proposta era conseguir uma resposta radical e sustentável a problemas como o declínio industrial e o deslocamento social”, disse Wallbank.
O fundador e diretor do Access Space esteve no início de fevereiro em São Paulo, quando falou com a Agência FAPESP.

O Access Space tem apenas seis funcionários fixos, mas dezenas de voluntários e cerca de 12 mil frequentadores por ano. “Somos um ‘fab lab’, um laboratório comunitário para fabricação digital que visa ao desenvolvimento social e ao empreendedorismo”, disse Wallbank.

A proposta não é competir com a grande indústria ou a produção em massa, mas permitir que as pessoas possam criar seus próprios produtos, adaptados a usos específicos e particulares, que não seriam considerados economicamente viáveis pelos fabricantes tradicionais. O conceito de “fab lab” se originou no Media Lab do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

“Começamos por meio da reutilização de computadores quebrados ou considerados obsoletos e sem valor. Reformávamos as máquinas e, principalmente, fazíamos adaptações de modo que elas pudessem não apenas voltar a funcionar, mas ser empregadas no desenvolvimento de inovações digitais e na capacitação de pessoas”, disse Wallbank.

Os computadores eram formatados para que passassem a rodar Linux, um sistema operacional gratuito e colaborativo, e a contar com softwares também gratuitos e com códigos abertos.
“O Access Space nunca gastou dinheiro em hardware ou software e o modelo inspirou projetos em diversos países na Europa e no Brasil”, disse Wallbank. No Brasil, a iniciativa mais conhecida é a MetaReciclagem, criada em 2002 e ganhadora do Prêmio Ponto de Mídia Livre do Ministério da Cultura, em 2009, que tem como lema a “desconstrução da tecnologia para a transformação social”.

Segundo Wallbank, o Access Space é um laboratório digital livre aberto a todas as pessoas que queiram conduzir seus projetos técnicos e criativos e que possam contribuir com a formação e manutenção de uma comunidade de usuários. “Pessoas que ontem foram treinadas hoje são desenvolvedores de inovação e ensinam os novos participantes”, disse.

“O Access Space mobiliza a comunidade para o desenvolvimento de novos modelos de transferência de tecnologia, crescimento pessoal e regeneração urbana, ao mesmo tempo em que defende relações mais sustentáveis, inclusivas e criativas com as tecnologias”, disse.

Em 2012, o Access Space se expandiu em uma nova unidade, com a abertura do Refabspace, o primeiro “fab lab” de Sheffield. O laboratório digital conta com computadores e diversos outros equipamentos como cortadora a laser, estações de solda, controladora computadorizada de máquinas e bordadeira digital.

“Estamos aprendendo a dominar e a desenvolver soluções em diversas tecnologias, como a impressão em 3D, com a qual podemos produzir peças plásticas em pequena quantidade”, disse Wallbank.

Mais informações: http://access-space.org

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Que outra saída senão partilhar?

Opinião: quem se esqueceu do software livre?

Paulo Kliass
25/02/2013 

Fonte: ARede


As propostas de grupos como o Wikileaks e as ações mais recentes de Julian Assange, a partir do asilo concedido na Embaixada do Equador em Londres, recolocam no centro do debate político internacional questões essenciais que relacionam economia, poder e informática, nestes tempos de mudanças profundas nos padrões tecnológicos e culturais da sociedade contemporânea. A era da emergência das chamadas tecnologias da informação e comunicação (TICs).

No Brasil, o movimento pela democratização das condições de “ciência, tecnologia e inovação” encontra um espaço importante no movimento para disseminação do software livre. Afinal, convenhamos que é mesmo um absurdo ficarmos, todos nós, reféns das vontades e dos interesses de um punhado de poderosas mega-empresas da tecnologia virtual. É o caso da Microsoft e similares, que ganham fortunas apenas com os direitos autorais e de propriedade de seus programas, os chamados produtos software e aplicativos. Isso sem contar o enorme faturamento obtido também com a produção de máquinas e equipamentos, os produtos hardware. Usam e abusam de sua imensa influência para impedir o surgimento de outros caminhos. Escondem a 7 chaves os segredos de sua linguagem e de seus códigos, as fontes de seu poder no mercado e na sociedade.

Independência frente aos grandes grupos
Em razão desse tipo de constrangimento, é crescente o movimento de constituição de alternativas que não dependam desse tipo de amarração jurídica e financeira aos grandes grupos. Por todos os continentes são constituídos, a todo momento, grupos formais e comunidades informais de pesquisadores, profissionais e demais interessados, cujo objetivo é criar e oferecer, para toda a sociedade, o livre acesso aos mesmos tipos de programas de informática sem a necessidade de remunerar monetariamente direitos autorais ou de propriedade. São os chamados “free software”. Pra além do não pagamento, a idéia de “free” deve ser associada à liberdade para os usuários dominarem e abrirem a “caixa preta” dos sistemas. Com isso, os mesmos poderiam ser aperfeiçoados e reproduzidos de forma generalizada. O objetivo maior sendo a democratização do acesso e do uso dos programas.

No entanto, para que essa alternativa se viabilize e seja aceita de forma ampla, dentre os inúmeros universos de usuários existentes, é essencial que tais iniciativas contem com o apoio do Estado, por meio da formulação e implementação de políticas públicas para o setor. Afinal, as medidas estratégicas visando a universalização da inclusão digital deveriam incorporar a noção implícita de que o direito ao acesso ao mundo virtual é condição fundamental do exercício pleno da cidadania.

Apoio do Estado e políticas públicas
O apoio da Administração Pública pode vir sob diversas formas. A primeira delas é por meio de políticas de incentivo e financiamento ao desenvolvimento de software livre, tanto nas universidades e nos centros de pesquisa, quanto nos grupos informais e comunidades de ativistas. Com isso, contribuindo para criar massa crítica e para tornar permanente a formação de profissionais com esse perfil. Em segundo lugar, o Estado pode atuar de forma mais incisiva ao estabelecer que suas necessidades e solicitações de produtos e serviços de informática sejam direcionadas para o software livre. Com isso, ficaria assegurada uma demanda significativa para esse tipo de alternativa de programas e os orçamentos da União, dos estados e dos municípios deixariam de ser onerados pelos encargos com pagamento de direitos às grandes empresas de TICs. Em terceiro lugar, o Estado deve constituir fundos de financiamento específicos para o desenvolvimento desse tipo de programa, com o objetivo de disseminar sua utilização e oferecer condições de pesquisa e empreendedorismo para todos que desejem atuar com esse tipo de projeto. Finalmente, cabe aos órgãos governamentais exercer de forma mais incisiva seu papel de regulamentador e fiscalizador das condições de concorrência no mercado, para evitar as conhecidas práticas sob a forma de cartel ou abuso de poder econômico.

Ascensão e queda no governo Lula
Como se pode perceber a tarefa é árdua e as oportunidades políticas não podem ser desperdiçadas. Assim, o processo da vitória de Lula nas eleições presidenciais e o início de seu mandato em 2003 foram vistos pelas entidades, grupos e indivíduos que atuavam na área como o grande momento para colocar o processo em marcha e transformar o sonho em realidade. O lema generalizado era: “Sim, é possível!”. Durante os primeiros anos de governo houve até mesmo um esboço de incentivo à ampliação do uso do software livre e de sua propagação como política pública federal. Diversos grupos de trabalho foram constituídos para implementação de medidas em áreas como: i) inclusão e acesso digitais; ii) aprofundamento da estratégia do governo eletrônico; e iii) universalização da produção e acesso ao software livre, dentro e fora dos órgãos governamentais.

Porém, a força das empresas do setor não esperou muito para se manifestar. E, pouco a pouco, os poderosos das TICs foram reconquistando o terreno, articulando junto a políticos influentes no Executivo e reforçando seu “lobby” junto ao Legislativo. O objetivo central era minar, ainda no nascedouro, essa chamada “aventura irresponsável” do software livre. Apesar de perder força no interior do governo, a iniciativa ainda se mantinha acesa na esfera de poder da Presidência da República. Tanto que o próprio Lula assinou, em 2005, a apresentação de uma importante diretiva para que o software livre fosse adotado como regra para o uso das políticas de informática no interior da Administração Pública.

O documento “Guia Livre: Referência de Migração para Software Livre do Governo Federal” estabelece uma estratégia para completar um processo que teve início logo no início do governo: romper a dependência tecnológica e financeira em relação aos grandes grupos. O texto assinado pelo Presidente não poderia ser mais claro a respeito de um engajamento com tal opção de política pública:

“Nos últimos três anos, implementamos uma forte política de independência tecnológica, de fortalecimento da pesquisa em computação de alto desempenho, de inclusão digital e de adoção do software livre. Elementos que compõem uma política industrial e uma estratégia de desenvolvimento nacional para esse setor.”

O texto de Lula refletia, com toda a certeza, o pensamento e a vontade da maioria dos integrantes de sua equipe de governo a respeito do assunto até o ano de 2005. O software livre era encarado como política pública e merecia o tratamento de prioridade. Vejamos outro trecho carregado de recados e significados:

“Quero agradecer a todos os que defendem o software livre e lutam pelo aprofundamento e ampliação dos direitos de cidadania em todo o mundo. As potencialidades e os desafios das novas tecnologias da informação têm cada vez mais importância para o efetivo exercício desses direitos. Em nosso ponto de vista, o acesso a esses avanços tecnológicos deve ser direito de todos e não privilégio de poucos. Por isso, o governo federal tem intensificado o diálogo democrático com a sociedade e tratado o software livre e a inclusão digital como política pública prioritária. Entre os resultados desse diálogo estão programas importantes em curso no País.” (grifo nosso)

Apesar dessa diretriz inequívoca, a questão do software livre foi, pouco a pouco, perdendo espaço na pauta de governo. O jogo de pressão das grandes empresas terminou por vencer a disputa, pois os dirigentes políticos não tiveram a coragem necessária para levar à frente esse importante projeto. O roteiro foi muito semelhante ao do que ocorreu com a submissão aos interesses dos banqueiros e do financismo, aos interesses das empreiteiras e das construtoras, aos interesses dos representantes do agronegócio e do latifúndio, aos interesses das empresas de telecomunicações e aos interesses dos grandes meios de comunicação. Neste caso, em particular, o governo terminou cedendo aos interesses dos grandes grupos de TICs. Tudo em nome da suposta necessidade de governabilidade. Tudo plenamente justificado pela busca de um modelo de realismo e pragmatismo políticos, que sempre termina por distorcer o sentido primeiro da conquista do poder: a transformação social.

Urgência em retomar o tema e o potencial do Brasil
O Brasil tem uma história recente que confirma seu potencial para alavancar um setor de computação competente e eficaz. Isso vem desde a antiga política nacional de informática, quando se pretendia desenvolver um setor nacional, com incentivos fiscais e estímulo governamental. Apesar dos problemas apresentados por tal estratégia, o fato é que o ingresso nos anos 1990, a adoção do receituário neoliberal e o mito da globalização acabaram por inviabilizar tal opção. Quando Collor escancarou de forma generosa e irresponsável o mercado brasileiro à concorrência internacional, não havia meios de resistir.

E, apesar da enorme pressão contra tudo o que fosse público, mesmo no interior da administração do Estado sempre houve ilhas excelência para desenvolvimento de programas e processos na área de informática. Era o exemplo do CPQD na Telebrás, antes de sua privatização. Ou então o caso do SERPRO, ainda operando para o governo federal no âmbito do Ministério da Fazenda. Isso significa que, caso o setor público venha a confirmar sua demanda por esse tipo de serviço, a sociedade brasileira pode criar as condições para sua implementação. O que falta, porém, é uma garantia de continuidade na política pública e o estímulo para que as novas gerações de profissionais e usuários sejam educadas e formadas em ambiente favorável ao uso do software livre.

Para além da questão da economia de recursos do orçamento - aspecto que não deve ser negligenciado de forma nenhuma, a política pública de software livre carrega consigo a noção de inclusão digital, de política industrial e de estratégia de desenvolvimento nacional. O desenvolvimento de capacitação econômica e profissional no setor de TICs internamente é essencial para um projeto de País. Um território de dimensões continentais como nosso, uma sociedade complexa como a brasileira, uma população tão numerosa como a que atingimos e uma estrutura econômica tão diversa e dispersa como a que temos não podem prescindir de uma política de tecnologia de comunicação e informação também autônoma, e que seja adaptada e voltada para os nossos problemas e desafios.

O monitoramento da Amazônia verde, o acompanhamento da Amazônia azul (o Oceano Atlântico de 200 milhas por quase 8.000 km de costas), os desdobramentos do Pré-Sal, o monitoramento das situações de riscos, os mecanismos de defesa de nossas fronteiras e tantos outros itens vitais não podem ser deixados para tratamento pelas grandes empresas do setor. Na verdade, trata-se de afirmar um desejo e uma necessidade de independência tecnológica e de soberania nacional. A política de software livre é tão somente a ponta do iceberg de um conjunto mais amplo de medidas para que o Brasil tenha condições de enfrentar de forma competente e robusta os desafios desse mundo cada vez mais multipolar.

A institucionalidade da Presidência da República ainda manteve a estrutura responsável por esse tipo de ação, o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação. O governo possui até mesmo um Plano Plurianual para o setor. Mas o quadro atual é muito distante daquele descrito por Lula há 7 anos atrás. Uma das evidências mais carregadas de simbolismo é que a página específica da internet parece que parou no tempo. É necessário que o governo se dê conta da importância do tema e recupere o espaço perdido, recolocando o software livre como prioridade em sua agenda. Para tanto, é essencial que lembremos, a todo instante, à equipe de Dilma Rousseff sobre a natureza estratégica dessa política pública: não se esqueçam jamais do software livre!

Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, carreira do governo federal e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10.


complemento imperdível: entrevista recente de Assange "concedida na embaixada do Equador no Reino Unido, Julian Assange fala sobre seu novo livro, que está sendo publicado no Brasil, e analisa o atual momento da mídia mundial. 'O abuso que grandes corporações midiáticas fazem de seu poder de mercado é um problema. Nos meios de comunicação, a transparência, a responsabilidade informativa e a diversidade são cruciais. Uma das maneiras de lidar com isso é abrir o jogo para que haja um incremento massivo de meios de comunicação no mercado', defende.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

FLISoL: O Festival Latino Americano de Instalação de Software Livre


Logo flisol
O Festival Latino Americano de Instalação de Software Livre (FliSol) é um evento que ocorre de forma simultânea em diversos países da América Latina. O festival é organizado e realizado pela comunidade de maneira descentralizada e voluntária, visando promover o uso de software livre para toda a comunidade.


O FLISoL é o maior evento de difusão de Software Livre na América Latina. É realizado desde 2005 e, em 2008, o evento começou a ser a realizado no quarto sábado de abril de cada ano. Em 2011, excepcionalmente, o festival foi realizado no dia 09 de abril. 



Seu principal objetivo é promover o uso do software livre, oferecendo ao público em geral, a consciência de sua filosofia, alcance, progresso e desenvolvimento.




Para este efeito, as diversas comunidades de software livre (em cada país / cidade / vila), organizada simultaneamente, oferecerão a instalação de softwares livres para toda a comunidade em geral (install fest). Além disso, em paralelo, ocorrerão palestras e apresentações sobre temas locais, nacionais e internacionais sobre o software livre, em toda sua variedade de expressões: artística, acadêmica, empresarial e social. 
Software Livre



Este ano, o Flisol ocorrerá dia 28 de abril, das 9h às 18h, na UFSCar - Universidade Federal de São Carlos.
Com Workshops, palestras e ações de várias naturezas , vale a pena dar uma olhada na programação!  



Facebook Flisol Sanca
Página do evento Flisol São Carlos

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Hackers: viva a partilha do conhecimento!

Fonte: ¡Copiad, malditos!

¿qué es esto?

Esta es una web que completa el proyecto de documental ¡Copiad malditos! derechos de autor en la era digital. Podéis ver el trailer y más abajo está toda la información sobre el proyecto. Al final encontrarás un calendario con todas las convocatorias públicas en torno al documental.

***

Hace 5 años produjimos un documental llamado En busca de Hackers donde entramos en contacto con gente de software libre y empezamos
a conocer lo que es la cultura libre. Desde entonces queríamos hacer un trabajo sobre propiedad intelectual, derechos de autor y el futuro de la cultura, temas que a nosotros como cineastas, nos afectan directamente. En estos años la popularización de internet ha acelerado el proceso de transformación
de las llamadas industrias culturales y de la relación entre el autor y el consumidor. Afortunadamente, años después, TVE nos da la oportunidad de producir este trabajo.

Entonces quisimos ir más allá: la apuesta era intentar producir un documental sobre propiedad intelectual e intentar editarlo con una licencia
distinta del copyright. Una licencia que nos permitiera distribuirlo por internet y que llegara a todo el mundo, sin coste y sin generar derechos de autor.
Y además planteábamos documentar ese proceso. Nos embarcamos en la aventura de producir esta película y ver hasta donde llegamos...
Durante la producción de la película no supimos cual sería el desenlace. ¿Lograríamos sortear el laberinto jurídico en torno a los derechos de autor?
¿Nos permitirían las estructuras existentes y los intereses comerciales utilizar una licencia de las denominadas libres?
Esta es una experiencia totalmente nueva en la televisión pública española. Aquí tenéis el resultado.

El documental, coproducido por elegantmobfilms y TVE puedes visionarlo y descargarlo en estas páginas y en la web de RTVE.es que también han abierto una página al documental. Está editado bajo una licencia Creative Commons BY/NC 3.0 (Atribución / No Comercial).

***
No vimeo
Do youtube:







quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Que Ginga!


fonte: http://www.ginga.org.br
  • O que é o Ginga? Middleware é uma camada de software posicionada entre o código das aplicações e a infra-estrutura de execução (plataforma de hardware e sistema operacional). Um middleware para aplicações de TV digital consiste de máquinas de execução das linguagens oferecidas, e bibliotecas de funções, que permitem o desenvolvimento rápido e fácil de aplicações.
    Ginga é o nome do middleware do Sistema Nipo-Brasileiro de TV Digital Terrestre (ISDB-TB) e Recomendação ITU-T para serviços IPTV.



  • Por que o nome Ginga? Ginga é uma qualidade, quase indefinível,de movimento e atitude que nós brasileiros possuímos e que é evidente em tudo o que fazemos. A forma como caminhamos, falamos, dançamos e nos relacionamos com tudo em nossas vidas.   
    A ginga é um movimento fundamental da capoeira, nossa forma de luta por liberdade e igualdade.  
    O nome Ginga foi escolhido em reconhecimento à cultura, arte e contínua luta por liberdade e igualdade do povo brasileiro.
    Essa mesma luta esteve presente no processo de desenvolvimento do Ginga, tanto nos vários anos de trabalho árduo na PUC-Rio e na UFPB, quanto recentemente, quando foram rompidas várias barreiras para torná-lo a única inovação brasileira a compor o Sistema Nipo-Brasileiro de TV Digital.

  • Por que o Ginga é software livre? Desde sua concepção, Ginga levou em consideração a necessidade de inclusão social/digital e a obrigação do  compartilhamento de conhecimento de forma livre.
    Ginga é uma tecnologia que leva ao cidadão todos os meios para que ele obtenha acesso à informação, educação à distância e serviços sociais apenas usando sua TV, o meio de comunicação onipresente do país.
    Ginga leva em consideração a importância da televisão, presente na totalidade dos lares brasileiros, como um meio complementar para inclusão social/digital. Ginga suporte para o que é chamado de "aplicações de inclusão", tais como T-Government, T-health e T-Leraning.
    Ginga é uma especificação aberta, de fácil aprendizagem e livre de royalties, permitindo que todos os brasileiros produzam conteúdo interativo, o que dará novo impulso às  TVs comunitárias e à produção de conteúdo pelas grandes emissoras.
    O ambiente declarativo do Ginga, chamado Ginga-NCL tem também uma implementação de referência em  código aberto,  desenvolvida pelo  Laboratório TeleMídia da PUC-Rio.
    Adotando a licença GPLv2, o laboratório TeleMídia garante o acesso permanente a toda a evolução do código publicado na Comunidade Ginga, sejam quais forem suas aplicações e autores daqui em diante.
  • Como posso colaborar com a Comunidade Ginga? Temos diversas frentes de trabalho na nossa comunidade, de forma que todos os membros possam colaborar. Escolha suas formas de colaboração:
    - Reporte sua experiência usando as ferramentas;
    - Reporte problemas (bugs) detectados ao executar as ferramentas;
    - Corrija o código-fonte original para contornar problemas (bugs) detectados;
    - Inclua funcionalidades ainda ausentes no código-fonte original;
    - Use sua criatividade e desenvolva programas interativos;
    - Aprenda a usar nossas tecnologias e seja um multiplicador desse conhecimento;
    - Responda nossos questionários, isso nos ajudará a tornar a Comunidade Ginga ainda mais produtiva;
    - Divulgue notícias sobre o Ginga nos blogs, jornais, revistas, etc;
    - Crie sua própria frente de trabalho!
     
  • Onde encontro as ferramentas e/ou o código-fonte para download? Você encontra as ferramentas aqui e os códigos-fonte devem ser baixados a partir do SVN do Portal do Software Brasileiro (necessita cadastro na Comunidade Ginga). Neste momento, estão disponíveis a ferramenta de autoria Eclipse e a máquina de apresentação Ginga-NCL.

  • Onde encontro as Normas ABNT relacionadas ao Ginga para download? O Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre publicou junto à ABNT uma série de Normas que padronizam a T­V Digital. Os documentos são de livre acesso, gratuitamente. Para as normas específicas do Ginga, siga para a seção Normas e Recomendações.
    Selecione aqui para obter Normas ABNT

  • Onde encontro as Recomendações ITU-T relacionadas ao Ginga para download? A International Telecommunication Union (ITU-T) publicou uma série de Normas que padronizam os serviços IPTV. Os documentos são de livre acesso, gratuitamente. Para as normas específicas do Ginga, siga para a seção Normas e Recomendações.