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quarta-feira, 30 de maio de 2012

REA: práticas colaborativas na educação

Primeiro livro sobre Recursos Educacionais Abertos (REA) no Brasil

Fonte:  ARede

29/05/2012 - A cerca de um mês do Congresso Mundial sobre Recursos Educacionais Abertos (REA), liderado pela Unesco em Paris, com a presença de ministros de Educação e outras autoridades governamentais de vários países, será lançado, no dia 30 de maio, em São Paulo, o primeiro livro com artigos reflexivos e experiências brasileiras na área.

Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas e políticas públicas, organizado por Nelson Pretto (UFBA), Carolina Rossini (REA Brasil/GPOPAI-USP) e Bianca Santana (Instituto Educadigital/Casa de Cultura Digital) trata da questão da educação aberta e dos recursos educacionais abertos. Com a publicação, os autores esperam ampliar o debate sobre os usos da internet nas escolas, da democratização do acesso à internet e aos recursos educacionais a populações de menor renda. A obra trata ainda das possibilidades da internet contribuir para o desenvolvimento humano, principalmente no direito de todos à aprendizagem ao longo da vida.

Financiado pelo edital de publicações do Comitê Gestor da Internet (CGI) no Brasil e pela Open Society Foundation, trata-se de uma publicação conjunta da EDUFBA e da Casa da Cultura Digital. Cada um dos capítulos vai abordar o tema de uma perspectiva diferente, prática ou teórica, já que foi produzido de forma colaborativa a partir de uma chamada na comunidade REA Brasil. Todo o processo de produção foi aberto, com intensivo uso de softwares e fontes livres. Os autores são professores da educação básica, acadêmicos e profissionais da área da educação e das ciências sociais, entusiastas e ativistas da cultura livre e digital, políticos, juristas e gestores públicos.

Além da versão impressa, o livro está disponível em um site na internet (//livrorea.net.br) de forma que todo o conteúdo pode ser baixado, utilizado e remixado à vontade. A EDUFBA é uma das editoras que participa do pioneiro projeto REA Scielo Livros (http://books.scielo.org/) e em breve o livro também estará disponível no site do Scielo.

Para Flavia Rosa, diretora da EDUFBA, “o processo de abertura do acesso ao conhecimento produzido pelas universidades é fundamental para a democratização do conhecimento. No repositório institucional da UFBA já temos mais de 200 livros disponíves para serem baixados integralmente”.

Recursos Educacionais Abertos (REA)

O conceito de recursos educacionais abertos (REA), cunhado pela Unesco em 2002, trata da criação de materiais educacionais abertos “para consulta, uso e adaptação”. “Esse conceito está centrado na ideia dos commons- de que o conhecimento produzido pela humanidade pertence a toda a humanidade - e permite problematizar diversos elementos importantes para que a inovação em rede aconteça nos processos educativos: propriedade intelectual, softwares, conexão de banda larga, educação de professores, material didático, preço, acesso e tantos outros temas e aspectos ligados à questão”, explica Bianca Santana, uma das organizadoras e autoras. O lançamento
Em São Paulo o primeiro lançamento acontecerá dia 30 de maio, quarta feira, às 19 horas na Casa de Cultura Digital durante o Simpósio Recursos Educacionais Abertos: promovendo o acesso e o intercâmbio de conhecimento, organizado pela Unicamp e pela Casa de Cultura Digital. O evento é gratuito e será transmitido ao vivo pela internet através do link: http://educacaoaberta.org/rea/eventos/simposio2012

Lançamentos regionais estão previstos durante o mês de junho em diversos locais do Brasil (Rio, Salvador, Brasília) e em Paris, durante o Congresso da UNESCO, que acontecerá de 20 a 22 de junho. No evento em Paris estarão presentes um dos organizadores do livro, Nelson Pretto, e os autores Tel Amiel (Unicamp) Andreia Inamorato (UFF) e Priscila Gonsales (Instituto Educadigital/REA Br).

Imagem do cartaz do evento em http://educacaoaberta.org/rea/wp-content/uploads/2012/05/poster-rea-ccd.png


O Livro
RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS: práticas colaborativas e políticas públicas
Bianca Santana, Carolina Rossini e Nelson De Luca Pretto - organizadores
Edufba e Casa da Cultura Digital via Maracá Educação e Tecnologias.
ISBN: 978-85-232-0959-9


Sumário
Apresentação - Bianca Santana, Carolina Rossini e Nelson De Luca Pretto
1.Educação aberta: configurando ambientes, práticas e recursos educacionais - Tel Amiel
2. REA: o debate em política pública e as oportunidades para o mercado - Carolina Rossini e Cristiana Gonzalez
3. Educação aberta: histórico, práticas e o contexto dos recursos educacionais abertos - Andreia Inamorato dos Santos
4.Professores-autores em rede  - Nelson De Luca Pretto
5.Formatos abertos - Sergio Amadeu da Silveira
6.REA na educação básica: a colaboração como estratégia de enriquecimento dos processos de ensino-aprendizagem - Lilian Starobinas
7.Materiais didáticos digitais e recursos educacionais abertos - Bianca Santana
8.Aberturas e rupturas na formação de professores - Priscila Gonsales
9.Recursos educacionais abertos na aprendizagem informal e no autodidatismo - Rafael Reinehr
10.Wikimedia Brasil e recursos educacionais abertos - Heloisa Pait, Everton Zanella Alvarenga e Raul Campos Nascimento
11.Produção de REA apoiada por MOOC - Marcelo Akira Inuzuka e Rafael Teixeira Duarte
12.Equilíbrio entre os direitos autorais e as necessidades da educação - Paulo Darcie entrevista Paulo Teixeira
13.Uma política estadual de REA para beneficiar professores, alunos e o poder público - Paulo Darcie entrevista Simão Pedro
14. A experiência pioneira do município de São Paulo - Paulo Darcie entrevista Alexandre Schneider
15. Projeto Folhas e Livro Didático Público - Paulo Darcie entrevista Mary Lane Hutner
16.A experiência REA em um colégio tradicional da cidade de São Paulo - Paulo Darcie entrevista Valdenice Minatel e Verônica Cannata
17. O evento de lançamento


Transmissão ao vivo pela internet: http://educacaoaberta.org/rea/eventos/simposio2012

30 de maio (quarta-feira)

14:00-15:45 – Abertura: REA e a educação brasileira (Alexandre Shneider, Simão Pedro e Bianca Santana)
16:15-18:00 – Políticas públicas, padrões, e licenças (Sergio Amadeu, Cristiana Gonzalez, Priscila Gonsales)
19:00-21:00 – Lançamento do livro

31 de maio (quinta-feira)

09:30-11:00 – REA na educação básica (Mary Lane Hutner, Tel Amiel, Nelson Pretto)
11:30-13:00 – REA na educação superior e não formal (Adriana Luccisano, Marcelo Akira, Andreia Inamorato)
13:00-13:30 – Fechamento


Mais informações:
Nelson Pretto - nelson@pretto.info, (71) 87791906
Bianca Santana: biancasantana@gmail.com, (11) 8168-1274

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Cadeia criativa e cadeia produtiva do audiovisual: o que é? quem faz? pra quê?

O Plano Nacional de Educação e a expansão do audiovisual no Brasil

O Plano Nacional de Educação quer garantir a conexão à internet de todas as escolas públicas por meio de banda larga até 2016. Este processo será simultâneo à ampliação do tempo escolar que pode chegar a 7 horas diárias em metade das escolas públicas de educação básica do país em 10 anos. A ampliação do acesso abre uma grande oportunidade para a cadeia produtiva do audiovisual brasileiro que atua com foco em materiais pedagógicos para os públicos infantil e juvenil. O artigo é de Glauber Piva.


O Plano Nacional de Educação - PNE - é um grande programa de expansão educacional que foi apresentado pelo Ministério da Educação e está em debate no Congresso Nacional. Uma de suas metas é de garantir a conexão à Internet de todas as escolas públicas do país por meio de Banda Larga até 2016. Este acesso, além de ser um oportuno instrumento pedagógico, também vai ampliar a integração de crianças e jovens ao mundo digital e o primeiro e principal impacto será nas regiões de interior do norte, nordeste e centro-oeste. Vale lembrar que este processo será simultâneo à ampliação do tempo escolar que pode chegar a 7 horas diárias em metade das escolas públicas de educação básica do país em 10 anos. A expansão das Universidades Públicas e dos Institutos Federais de Educação Tecnológica de Ensino Médio também aponta nesta mesma tendência.

Observando mais especificamente a proposta de conexão rápida à internet nestas instituições educacionais, vemos que ela ampliará a circulação de conteúdos audiovisuais e será um gigantesco espaço para as obras brasileiras. O consumo prioritário será o de obras educacionais em todas as suas dimensões, como portais especializados, games educativos e materiais didáticos das mais diferentes temáticas e metodologias, mas o acesso regular ao audiovisual nas instituições escolares também estimulará a demanda por todos os tipos de conteúdo.

A rede digital que integrará toda a infância e juventude do país também será um espaço privilegiado de fruição cultural, permitindo o acesso à cinematografia, fotografia, artes visuais, dramaturgia, música e literatura, constituindo-se, também, num importante e necessário instrumento de formação e exercício de cidadania cultural.

Em 2016, a dimensão estimada da população escolar entre 4 e 24 anos em instituições públicas será de mais de 43 milhões, sendo que mais de 4 milhões terão entre 4 e 5 anos, 23 milhões entre 6 e 14 anos, 9 milhões entre 15 e 17 anos e 6 milhões entre 18 e 24 anos. E, destes, mais de 18 milhões dos que terão menos de 17 anos estudarão em escolas com computadores e em tempo integral.

A ampliação do acesso abre uma grande oportunidade para toda cadeia produtiva do audiovisual brasileiro que atua com foco em materiais pedagógicos para os públicos infantil e juvenil. Ao mesmo tempo em que é uma oportunidade para as empresas brasileiras de produção independente, pela perspectiva econômica óbvia e, também, pela possibilidade de formação de platéia e o que isso representará a médio e longo prazos, é também uma contingência estratégica, já que o consumo audiovisual nestes segmentos afetará diretamente a afirmação de nossas identidades.

O poder público, em particular o Ministério das Comunicações, o MEC, o MINC e a Ancine, mas também governos estaduais e prefeituras, deve fomentar programas de estímulo a pesquisas e desenvolvimento, produção e circulação de obras audiovisuais na internet para crianças e adolescentes, principalmente nos segmentos educacionais, possibilitando oferta de obras de interesse nacional, brasileiras e de produção independente.

É urgente que se ofereça aos professores, de maneira continuada, a oportunidade de domínio da linguagem audiovisual e formação de um repertório de referências estéticas. O acesso qualificado aos conteúdos audiovisuais será ampliado na medida em que os professores os conhecerem e os utilizarem. Por outro lado, os milhões de estudantes também serão autores/produtores de seus próprios conteúdos audiovisuais e estarão disponibilizando textos, vídeos, ilustrações e fotografias de todos os tipos.

Esta é uma situação ímpar. Precisamos agir rápido para ocupar um espaço necessário e que é estratégico para os interesses nacionais. Mas é possível ir além.

Devemos estimular o debate sobre a regulamentação do artigo 27 da MP 2.228-1/2001. Este artigo prevê a disponibilização gratuita para fins educacionais, em canais educativos mantidos com recursos públicos nos serviços de radiodifusão de sons e imagens e nos estabelecimentos públicos de ensino, das obras financiadas com recursos públicos, desde que respeitados os contratos existentes. A regulamentação deste artigo é importante, pois, numa perspectiva crítica, é no encontro da educação com a cultura que a democracia se sedimenta e a cidadania cultural se torna vetor de transformação.

A consolidação e visibilidade de nossa diversidade cultural se darão na medida em que o audiovisual que produzimos transite como linguagem, como oportunidade e experiência estética e social entre nossas crianças e jovens. Além disso, esta perspectiva também alimentará novas economias e novos ambientes de negócio. Assim, diversidade cultural e oportunidade econômica dialogarão habilmente com a consolidação do modelo democrático e de cidadania cultural que estamos construindo no Brasil.

(*) Glauber Piva, sociólogo, é Diretor da Ancine – Agência Nacional do Cinema.