terça-feira, 3 de junho de 2014

Fazer (ou não) o discurso circular: formas de ativismo na rede

"Amigo dos animais,

neste momento em que felizmente a sociedade manifesta interesse em abrir suas mentes e corações para a cruel realidade dos animais explorados pela ciência, liberamos o conteúdo deste livro, com a total concordância do autor.
Desejamos a todos que as informações nele contidas possam ser assimiladas e multiplicadas para todos os consumidores brasileiros.

Nina Rosa"





Este livro traz o texto integral, revisto e atualizado, da dissertação de Mestrado intitulada Vozes do Silêncio - Cultura científica: ideologia e alienação no discurso sobre vivissecção, defendida por João Epifânio Regis Lima no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo em 1995. O texto verifica as suposições e questões levantadas durante o percurso acadêmico do autor em seu curso de graduação em Ciências Biológicas na USP, referindo-se ao comportamento acrítico, natural e espontâneo dos estudantes e professores desse curso, envolvidos em suas pesquisas, diante da prática da vivissecção (experimentação com animais), que atingia, em várias ocasiões, dimensão de crueldade e violência.


Em depoimentos colhidos de universitários, professores, pesquisadores e outros profissionais envolvidos com a vivissecção, o autor identifica elementos ideológicos de caráter cientificista, tecnicista, mecanicista e especista, que são analisados à luz de Habermas, Adorno e Horkheimer. A esse macrocontexto geral fornecido pelos teóricos de Frankfurt é acrescida, como microcontexto, a álgebra social de Heider e Festinger para entender a dinâmica psicológica em jogo na situação concreta particular em que o aluno está efetivamente realizando um experimento com animais. O caráter monolítico, unidimensional, acrítico e alienado dos discursos aponta a vivissecção como prática inercial e tradicional, além de parte integrante, tida como indispensável, do paradigma moderno das ciências biológicas. Vista como mal necessário, a prática da vivissecção cega cientistas e educadores para a busca de métodos alternativos ou substitutivos. Com ela ficam ciência e homem empobrecidos.

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