quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Jornalismo?!

Na tentativa apressada de desqualificar a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), a jornalista Rachel Sheherazade não checou suas fontes e publicou notícia de um site de humor como se fosse verdade

Revista Fórum

As polêmicas envolvendo as declarações do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) contra a também deputada Maria do Rosário (PT-RS), que ocorreram ontem (9) na Câmara, têm repercutido em todo o país.

Após discurso da ex-ministra de Direitos Humanos, Bolsonaro se dirigiu à parlamentar com ofensas machistas. “Não saia não, Maria do Rosário, fica aí. Fica aí, Maria do Rosário, fica. Há poucos dias, ‘tu’ me chamou de estuprador no Salão Verde, e eu falei que não ia estuprar você porque você não merece. Fica aqui para ouvir!”, bradou no plenário.

Nesta quarta-feira, a jornalista Rachel Sheherazade se posicionou sobre o assunto. Como era de se esperar, ela defendeu o deputado. Em uma postagem em seu blog, a apresentadora do SBT lembrou que essa não é a primeira vez que os parlamentares se desentendem. No entanto, negou a responsabilidade de Bolsonaro no caso.

“Fica claro que a dona Maria começou a provocação e, quando instigou à ira o seu oponente, não aguentou o tranco. Sem mais argumentos, acabou se vitimizando depois do episódio”, afirmou, ao comentar uma discussão entre eles anos atrás.

Porém, o que chamou a atenção na publicação de Sheherazade foi o fato de ter divulgado uma notícia falsa para embasar seu ponto de vista. No texto, ela reproduziu uma nota do site de humor Joselito Muller, que atribuiu à Maria do Rosário a frase “Quem cometer um crime contra um gay merece a pena de morte”. O site é conhecido por inventar histórias para ironizar fatos cotidianos da política.
A notícia era tão absurda que dizia que a ex-ministra tentou despistar jornalistas fingindo estar em uma ligação. Porém, teria descoberto depois que o telefone era, na verdade, um controle remoto. “Mais uma vez, Rosário falou sem pensar”, escreveu a apresentadora sobre a confusão com Bolsonaro. Mas parece que a jornalista, apesar de bastante experiente, desta vez, foi quem publicou “sem pensar”.

O comentário foi divulgado por ela também na Rádio Jovem Pan.

***

Parece interessante contrapor, nesta data, o episódio acima registrado e a entrega do Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade:


Um comentário:

  1. No Viomundo (http://www.viomundo.com.br/)

    "CUT e Marcha Mundial das Mulheres pedem cassação do mandato de Bolsonaro"

    CUT e Marcha Mundial de Mulheres cobram medida do Congresso Nacional. Deputado, ao atacar Maria do Rosário, havia dito que não a estupraria por ela não “merecer”

    via e-mail

    A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Marcha Mundial das Mulheres vêm a público manifestar seu repúdio e indignação ao discurso proferido, nesta terça-feira, pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), no Congresso Nacional, durante sessão que tratava dos Direitos Humanos.

    Ao verificar que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) estava saindo do plenário, após haver discursado em defesa da punição aos militares que cometeram crimes durante a ditadura no País, Bolsonaro irritou-se e disse:

    “Fica aí, Mária do Rosário. Há poucos dias tu me chamou de estuprador no salão verde e eu falei que não iria estuprar você porque você não merece. Fica aqui para ouvir”.

    E continuou sua fala como se nada houvesse ocorrido e fazendo criticas às ações da ministra e desqualificando as políticas de direitos humanos dizendo que estas só defendem bandidos, marginais, sequestradores e até corruptos.

    Esse posicionamento expressa a misoginia e o machismo desse indivíduo. Evidencia que se sente tão impune sem nenhuma preocupação em expressar a possibilidade de cometer um crime hediondo.

    Fato como esse faz com que não seja necessário enumerar os argumentos para afirmar que o Congresso Nacional não deve ter em seus membros pessoas com esse tipo de visão e comportamento.

    O papel do Legislativo deve ser justamente de propor políticas que combatam a violência e por isso é inadmissível ser conivente e cúmplice dessa violência. Por isso a exigência democrática e republicana é a imediata cassação do seu mandato.

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