quinta-feira, 4 de junho de 2015

Comunidades discursivas

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TODXS SOMOS ELLA

De 07 à 10 de maio mais de 300 ativistas de 21 países se reuniram na Bolívia para dar vida ao ELLA 2015, o Segundo Encontro Latino-Americano de Mulheres que foi realizado na Villa Coronilla, em Cochabamba.
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Durante quatro dias, militantes, midiativistas, agentes culturais, organizações e representantes de diferentes movimentos de mulheres vivenciaram o proyecto mARTadero, localizado na periferia da cidade. O ambiente é considerado um berço das artes, focado na mudança social através de mecanismos ​​artísticos e culturais. Foi assim que, do coração da América Latina, dos cantos do mARTadero, a polifonia e a pluralidade das mulheres reunidas apontaram acordos estratégicos para o empoderamento de todas as identidades femininas e criaram uma agenda comum para o fortalecimento do papel da mulher na sociedade contemporânea.
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A programação do ELLA 2015 abrangeu diversos eixos temáticos de trabalho, entre eles: corpo, saúde e aborto, LGBTTTIQ, Micromachismos, Mulheres + TICs, Mulheres Afrodescendentes, Mulheres indígenas, Cultura, Violência e Sexualidade. As participantes refletiram e debateram em torno às temáticas, além de propor ações coletivas pontuais e abrangentes. Tudo isso, em um grande espaço de convivência, encontros e reencontros, em que a troca de experiências e as conexões subjetivas também fizeram parte importante da programação.
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A primeira edição do ELLA foi realizada em 2014, de 15 a 18 de maio, na cidade de Belo Horizonte/Brasil. Formada por cerca de 50 atividades marcadas por convívios e práticas colaborativas, o encontro teve como intuito, colocar em contato experiências de diferentes perfis de mulheres vindas de mais de 15 países da Iberoamérica, como a Argentina, Bolívia, Venezuela, Chile, Equador, Colômbia, Perú, Costa Rica, Uruguai, México, Guatemala, Honduras, Espanha, Paraguai e Brasil.
O objetivo principal do primeiro encontro foi conectar iniciativas e pessoas em rede para troca de experiências e elaboração de propostas conjuntas em escala continental. A aliança gerada pelo encontro construiu diversas campanhas feministas ao longo do ano, além do ELLA 2015, ampliando sua abrangência e tornando-se ainda mais colaborativo.
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Nandin Solis a Wigudur Galu, como gosta de ser chamada é nativa da comunidade dos Kuna, uma população indígena do Panamá. Ela habita sua comunidade e seus afetos a partir de uma identidade particular, as Wigunduguid, em honra a um Deus Kuna cuja a particularidade é ter uma alma dupla. Omeguid, significa "como mulher", e muitas vezes é usado depreciativamente, para falar dos homens homosexuais da comunidade. Nandin, em um gesto de reapropriação de insulto, se apresenta de ambas formas. Qualquer um que não conheça suas terras pensaria que uma Omeguid é claramente uma pessoa trans, mas segundo o que nos conta Wigudur, é uma identidade transgênero particular muito diferente - http://bit.ly/1B6M8o4
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Kelly Inés é colombiana afrodescendente, e se apresenta como lésbica-abortóloga, seus ideais apostam na construção a partir da crítica feminista, com o objetivo de criar as possibilidades necessárias para que cada corpo faça de sua carne, seu próprio campo de batalha. Nesta entrevista aumenta a urgência de diferenciar o potencial e o futuro de ambas as categorias políticas: o feminismo como projeto emancipatório e as mulheres como experiência politizada - http://bit.ly/1HmrjcX
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Simone Silva confirma que o MTST começou por volta de 1990, sendo uma luta de ocupação de espaços públicos, para logo negociar com o governo local soluções de moradia digna. Em São Paulo, uma das cidades mais caras da América Latina, milhares de trabalhadores não tem ingressos suficientes para pagar o aluguel de um apartamento pequeno, que pode custar cerca de 1.500,00 reais, ou um passe de metrô que pode custar em torno de 4,50 reais, demais para quem os salários não passam de 1.600 reais mensais.
Só alguns minutos de conversa bastaram para entender que sendo em sua maioria de mulheres, o MTST está intimamente ligado com a politização radical do pessoal - http://bit.ly/1FmVUrh
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A voz de Magdalena Fabbri - coordenadora da Organizando Trans Diversidad (Chile) - nos convidou a questionar nossos privilégios de sexo, gênero, classe e raça, para avançar na construção de agendas específicas.
Sua experiência de transgenerização é traçada no limite de vida em um suicídio, a ansiedade, e, principalmente, sobre as críticas de cada privilégio com o qual ele foi socializadx - http://bit.ly/1ddgOik
ffffff
Com 28 anos Georgina Orellano (Argentina) transmite na força das suas palavras, a experiência de ter exercido durante 9 anos o trabalho sexual nas ruas de Buenos Aires. Suas reflexões ecoaram no ELLA para questionar a hipocrisia moral da sociedade que habitamos e para posicionar a autogestão dos corpos, como forma de disputar o poder com o capitalismo e suas formas de domínio e exploração do corpo das mulheres e homens na relação capital-trabalho. - http://bit.ly/1E9MyK6
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"Se eu pudesse escolher, eu teria escolhido mil vezes ser lésbica." Assim começa o depoimento de Vero Ferrari, jornalista, ciberativista e militante feminista do Peru que liderou o Movimento Homossexual de Lima. http://bit.ly/1QjuMLJ
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Veja a cobertura colaborativa fotográfica completa realizada dia a dia durante o ELLA 2015:
(Todas as fotografias produzidas na cobertura colaborativa do ELLA se encontram disponíveis em alta resolução nos albuns linkados e podem ser utilizadas livremente com a licença Creative Commons 3.0)
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As diferentes mesas de debates e reflexões do Segundo Encontro Latino-americano de Mulheres, foram transmitidas ao vivo pelo canal de streaming Abya Yala com o objetivo de aproximar do ELLA, todas aquelas que não puderam acompanhar presencialmente a jornada. Com transmissões em tempo real, todo o material do ELLA 2015 pode se ver nesse link - http://bit.ly/1Hxn4eF
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De que maneira você vê a imagem da mulher nos meios de comunicação? O debate muitas vezes é invisibilizado por nossa sociedade. A imprensa segue desenhando os destinos e papéis sociais das mulheres enquadrando-as em um contexto de desigualdade. Foi a partir dessa provocação que o Facción + ELLA proporcionaram através de diferentes linguagens, como as entrevistas, fotografia, crônicas e vídeos projetar a luta feminista em todos os campos. Por meio das redes e das ferramentas de comunicação alternativa, os quatro dias do encontro estiveram em um fluxo de informação sob a mesma lógica, e concluímos que: a comunicação deve ser feminista.
Conheça mais e acompanhe o material das redes sociais!
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Durante todo o encontro, em um estúdio armado pelo canal de televisão Abya Yala, as participantes do ELLA realizaram entrevistas para compartilhar suas expectativas sobre o espaço. O que levaram do ELLA 2015? As mulheres levantaram a voz: saíram da Bolívia com alegria, um espírito renovado de resistência e acompanhadas por novas companheiras de luta.
Dê play na lista de reprodução e conheça quem são ELLAS, nós mesmas. Assista - http://bit.ly/1PJ3vY7
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A rádio no ELLA 2015 foi uma espécie de auto-falante livre, criada para acompanhar as refeições, intervalos, entre outras atividades que se sucederam no encontro. Essa cobertura foi feita pelo Facción Rádio - O braço radiofônico da rede Facción. A Plataforma tem como objetivo traspor a pluralidade de vozes unindo o mapa latinoamericano para ecoar no continente. Essa foi a primeira experiência de cobertura feita pela frente específica de rádio do Facción.
Acompanhem e escutem como soaram os 4 dias de vivências em Cochabamba. Veja a cobertura do Fáccion Rádio - http://bit.ly/1Gyymk7
Além da produção dos materiais, a rádio também incidiu na formação de novos quadros em conjunto do projeto Sonora Coronilla. As atividades contaram também com a atuação da "NoisRádio Comunicação Alternativa" e com as crianças do Coletivo Villa Coronilla, um grupo formado por meninos e meninas do bairro da periferia cochabambina. A iniciativa é semente que se formou no processo de comunicação aberta impulsada pelo proyecto mARTadero. Os pequenos se lançaram a aprender rapidamente como manusear os equipamentos básicos para realizar registros em áudio. Assim, colocamos em prática a aprendizagem e o trabalho colaborativo nas entrevistas sem censura. Nessa nota, um destaque sobre a experiência: As crianças dominaram a rádio.
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Com seus diversos eixos temáticos de trabalho, as participantes se empoderaram das discussões que compuseram a programação, tal como o ato de soberania e autonomia das mulheres sobre os seus corpos, a urgência de seguir militando pela diversidade, o papel da mulher no trabalho e a violência patriarcal, entre outras temáticas.
As reflexões finais foram além dos debates teóricos e se buscou trabalhar em soluções coletivas, elaboradas principalmente a partir das histórias de vida de cada participante que agregaram seus corpos à luta do movimento feminista a partir da pluralidade do movimento de mulheres.
Acesse aqui a sistematização das mesas do encontro: http://bit.ly/1HJiPws
Veja a programação do ELLA aqui: http://bit.ly/1eAJS3G
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PROPOSTAS DA ÚLTIMA PLENÁRIA
-> Transformar o ELLA em uma plataforma, um espaço permanente para compartilhar metodologias, informação, formulação de projetos e a criação de intervenções múltiplas e diversas.
-> Foi acordado que o ELLA 2016 será realizado na Centro-América para fomentar maior participação das mulheres da região, em uma lógica de autogestão e com pesquisa de fundos alternativos para alcançar uma maior participação de outras mulheres. Também foi decidido, a inclusão de novos temas, como por exemplo as mudanças climáticas e a transversialização do multiculturalismo em todas as agendas.
-> Abrir um grupo de trabalho a partir do eixo cultural: Fazer com que a cultura seja a base de interação das diversas agendas. Desenhar campanhas entrelaçadas onde se podem levantar todas as lutas na diversidades de uma abordagem cultural. A campanha que foi proposta, foi batizada como nome “A Batalha Cultural” para… (direito das mulheres lésbicas, direitos das trabalhadoras sexuais, direito a decidir, direito a autonomia sexual, direito a identidade de gênero, etc)
-> Promover o convite à organizações participantes do ELLA que se somem à criação da convenção pelos DDSS e DDRR do OEA. A iniciativa está em curso, aberta a quem queira se somar.
-> Criar um fundo colaborativo para viabilizar o que foi proposto e o que foi gerado nas vivências em práticas colaborativas.
-> Ilustração e a criação de simbologias e/ou de simulacros para os próximos encontros por exemplo; Casamentos homossexuais, famílias diveras, amor livre, como formas de manifestação.
-> Criar um plano de fortalecimento entre membros, redes, coletivos e organizações que já exitem em torno do ELLA. Propõe-se fazer parte de um grupo, fortalecer as redes e os movimentos existentes em uma vinculação com as redes regionais de diferentes populações de mulheres e as diversas causas.
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-> Construir um diretório das organizações que tenham participado no ELLA 2014/2015, a mais mulheres, organizações, redes, grupos categorizados que possa ser alimentado de volta progressivamente. Onde todos os participantes podem encontrar temas afins e parcerias criativas.
-> Criar um plano estratégico de participação regional e vinculação de agendas e populações. Criar um plano de comunicação intern junto com a experimentação de novas formas de comunicação para além de redes digitais.
-> Desencadear a mobilidade de recursos em termos internacionais, debater sobre o bem-estar como possibilidade de enfrentar muitas lutas, propor formas de economia criativa, cooperação Sul - Sul entre os países para que estas lutas se tornar virais.
-> Criar uma memória viva que conte a historicidade dos encontros.
-> Fazer encontros temáticos nacionais e subregionais do ELLA para nos conhecermos e saber o que estamos propondo. Realizar mesas permanentes para o próximo encontro.
-> Pelas que já não estão, pelas que seguem junto e as que logo virão. Vamos ao #ELLA2016!
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