Alérgica a ondas de wi-fi, celulares e antenas, mulher consegue pensão por invalidez na França
Em decisão inédita, Justiça reconheceu
'incapacidade funcional' de portadora de hipersensibilidade
eletromagnética que vive há cinco anos isolada nos alpes
Marine Richard, ex-jornalista francesa de 39 anos, deixou toda sua vida
para trás e desde 2010 vive reclusa em uma montanha nos Pireneus, sul
da França. A mudança radical não foi por opção, mas por necessidade:
Richard afirma que sofre de hipersensibilidade eletromagnética, doença
causada por ondas de antenas, wi-fi e telefones celulares, entre outras.
A ex-jornalista, que alega ter sido impedida de trabalhar por conta de seu problema, ganhou na Justiça francesa uma pensão por invalidez por três anos, renováveis, tornando-se o primeiro caso da doença a ser reconhecido judicialmente na França. A sentença foi emitida em julho porém só repercutiu na imprensa local nesta terça-feira (25/08).
Leia também:
França vai multar em até R$ 1 mi empresas que fizerem produtos 'programados para quebrar'
Autorização para padeiros tirarem férias provoca falta de baguetes e desagrada franceses
A sensibilidade magnética não é uma doença reconhecida oficialmente pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e é tratada com ceticismo por profissionais da área. A instituição reconhece o sofrimento dos doentes, mas não sua relação com as ondas eletromagnéticas. Até o momento não há nenhum estudo que comprove a existência da síndrome.
O tribunal da cidade de Toulouse, entretanto, considerou a descrição dos sinais clínicos como “irrefutáveis” e julgou a incapacidade funcional de Richard em 85%. A Associação Robin des Toits, que milita pelo reconhecimento da doença, afirmou em nota que “a decisão é um passo importante pela conscientização do problema” e que neste caso “a Justiça francesa está mais avançada do que a política”.
No entanto, Richard — que afirma ter gasto mais de € 50 mil (cerca de R$ 200 mil) em despesas envolvendo sua doença — diz que os € 800 mensais (R$ 3.200) que ganhará não cobrirão sequer seu tratamento de saúde. Ela pede que as autoridades diminuam a toxicidade dos campos eletromagnéticos: “É preciso criar locais isolados, pois há milhares de pessoas que não sabem para onde ir. Temos tecnologias bem menos poluentes, mas é uma escolha política”, disse à imprensa local.
Os sintomas da hipersensibilidade às ondas magnéticas mais comuns descritos são dores de cabeça, enjoo, impressão de descargas elétricas pelo corpo, formigamentos e ansiedade. A doença foi retratada na série de televisão norte-americana Better Call Saul, um spin-off de Breaking Bad, em uma cena em que um dos personagens principais deixa seu trabalho de advogado e passa seus dias em casa enrolado em um cobertor de alumínio, por conta dos efeitos da doença.
Assista abaixo à cena da série 'Better Call Saul':
São raros os casos em que a doença foi reconhecida oficialmente, como desta vez pela Justiça francesa. O primeiro país a se posicionar foi a Suécia, que, em 1995, reconheceu a hipersensibilidade eletromagnética (EHS, na sigla em inglês) como um 'comprometimento funcional'. Em 2011, uma funcionária pública na Espanha recorreu à Justiça e também conseguiu a aposentadoria por invalidez; no Canadá e nos EUA também há grupos e centros específicos que lidam com a síndrome. No entanto, nenhum país, bem como a OMS, reconhece o distúrbio como doença.
Reprodução/yellowcloud/Flickr/CC Hipersensiiblidade eletromagnética não é reconhecida pela OMS; entre os sintomas estão: dor de cabeça, enjoo e formigamento |
A ex-jornalista, que alega ter sido impedida de trabalhar por conta de seu problema, ganhou na Justiça francesa uma pensão por invalidez por três anos, renováveis, tornando-se o primeiro caso da doença a ser reconhecido judicialmente na França. A sentença foi emitida em julho porém só repercutiu na imprensa local nesta terça-feira (25/08).
Leia também:
França vai multar em até R$ 1 mi empresas que fizerem produtos 'programados para quebrar'
Autorização para padeiros tirarem férias provoca falta de baguetes e desagrada franceses
A sensibilidade magnética não é uma doença reconhecida oficialmente pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e é tratada com ceticismo por profissionais da área. A instituição reconhece o sofrimento dos doentes, mas não sua relação com as ondas eletromagnéticas. Até o momento não há nenhum estudo que comprove a existência da síndrome.
O tribunal da cidade de Toulouse, entretanto, considerou a descrição dos sinais clínicos como “irrefutáveis” e julgou a incapacidade funcional de Richard em 85%. A Associação Robin des Toits, que milita pelo reconhecimento da doença, afirmou em nota que “a decisão é um passo importante pela conscientização do problema” e que neste caso “a Justiça francesa está mais avançada do que a política”.
No entanto, Richard — que afirma ter gasto mais de € 50 mil (cerca de R$ 200 mil) em despesas envolvendo sua doença — diz que os € 800 mensais (R$ 3.200) que ganhará não cobrirão sequer seu tratamento de saúde. Ela pede que as autoridades diminuam a toxicidade dos campos eletromagnéticos: “É preciso criar locais isolados, pois há milhares de pessoas que não sabem para onde ir. Temos tecnologias bem menos poluentes, mas é uma escolha política”, disse à imprensa local.
Os sintomas da hipersensibilidade às ondas magnéticas mais comuns descritos são dores de cabeça, enjoo, impressão de descargas elétricas pelo corpo, formigamentos e ansiedade. A doença foi retratada na série de televisão norte-americana Better Call Saul, um spin-off de Breaking Bad, em uma cena em que um dos personagens principais deixa seu trabalho de advogado e passa seus dias em casa enrolado em um cobertor de alumínio, por conta dos efeitos da doença.
Assista abaixo à cena da série 'Better Call Saul':
São raros os casos em que a doença foi reconhecida oficialmente, como desta vez pela Justiça francesa. O primeiro país a se posicionar foi a Suécia, que, em 1995, reconheceu a hipersensibilidade eletromagnética (EHS, na sigla em inglês) como um 'comprometimento funcional'. Em 2011, uma funcionária pública na Espanha recorreu à Justiça e também conseguiu a aposentadoria por invalidez; no Canadá e nos EUA também há grupos e centros específicos que lidam com a síndrome. No entanto, nenhum país, bem como a OMS, reconhece o distúrbio como doença.
Nenhum comentário:
Postar um comentário