Ler ou não ler a mídia?
Alex Castro
Fonte: Revista Fórum
Fonte: Revista Fórum
ainda vale a pena se informar? aliás, se informar onde?
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“[D]ecidi parar de assistir televisão, ler jornal, ouvir rádio. E
minha vida melhorou. Para aqueles que vão me criticar, explico aqui o
que aconteceu, respondendo as perguntas que mais me fazem. …
Eu não preciso receber as notícias pela mídia. Quando um assunto
começa a ficar importante, as pessoas falam mais pelo Facebook e meus
amigos falam quando eu os encontro, vez ou outra ou uma zapeada nos
portais de conteúdo. Eu nunca fico totalmente por fora.
E quando eu quero saber mais sobre o assunto, eu aí sim acesso um site de mídia e busco as informações para saber mais detalhes.”
* * *
aí, essa crítica da marjorie rodrigues, “Será mesmo revolucionário se informar só pelo Facebook?“.
ela argumenta que é problemático trocar a mídia tradicional pelo facebook, como se isso fosse alguma grande vantagem:
“Não há nada de revolucionário, libertador ou grandioso em tirar
poder de grandes empresas locais de mídia para dá-lo a uma única empresa
global de mídia. Querer que larguemos outras formas de produção e
consumo de conteúdo e fiquemos só trancados no Facebook é exatamente o
que o Markinho quer. …
Gustavo (e eu) estamos apenas seguindo a boiada dos nossos tempos.
Mas, por vezes, achamos que estamos fazendo algo diferente e
extraordinário. Nada mais equivocado.”
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aí, sabrina aquino levanta outra questão, em seu facebook:
ok, a mídia tradicional é mesmo uma merda. mas, se não ela, então quem?
“Você posta uma notícia da mída tradicional e faz uma crítica ao
governo. O que acontece? Aparece governista: “Ah, gostaria de uma fonte
mais confiável do que O Estadão, O Globo, Folha de São Paulo, Exame,
etc”.
Olha, eu também.
Mas não houve democratização dos meios de comunicação… fazer o quê
se a gente só tem 4 famílias mandando nos meios de comunicação num país
com 200 milhões de habitantes…
Aí aparece o governista novamente: “Ah, mas com o congresso que tá aí”.
Não amiguino carinhoso… isso também não vale como argumento, pois
Lula entrou em 2002, com 80% de aprovação e, 8 anos depois Dilma idem e
com a maioria da bancada no congresso ao seu favor. Não democratizaram
porque não quiseram. Simples.
Mas notícia só vale para o governista quando vem do Forum do Eixo,
da Cycy Morena, do Diário do Centro do Machismo e P Amorim, esses
jornalistas que são tão comprometidos com as verdades oficiais.”
* * *
por fim, eu digo, mudando um pouco o eixo da conversa:
pra mim, acompanhar o noticiário converteu-se em um investimento narcissista.
eu me informo sobre a crise no egito não por empatia e curiosidade, não
por realmente me importar com o destino do povo egípcio, mas sim para
me gabar de minha cultura, para ter assunto no almoço com as colegas de
trabalho, para impressionar a chefa.
ou, como diz a nova campanha de um canal de notícias que sabe EXATAMENTE o que está vendendo: “torne-se indispensável”
e eu me pergunto: o que quero? me tornar indispensável? ou me tornar uma pessoa melhor?
existe algo de seriamente errado em uma cultura que vende como
fundamental a necessidade de saber o nome do presidente da frança mas
não do porteiro do prédio.
* * *
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