Mulheres abrem mão de carreira por causa de maridos, não de filhos, diz estudo
Pesquisa realizada nos EUA concluiu que elas
se sentem pressionadas a assumir filhos e obrigações do lar para que
maridos possam se dedicar à profissão
Muitas
mulheres deixam suas próprias carreiras em segundo plano não para criar
os filhos, mas para priorizar a carreira de seu parceiro. Esta é a
conclusão de Pamela Stone, professora de Sociologia da Hunter College,
em Nova York (EUA), em entrevista ao jornal espanhol El País nesta terça-feira (10/11).
Ela é uma das autoras do estudo “Life and Leadership after HBS”
("Vida e Liderança após Harvard Business School", em tradução livre). Em
sua pesquisa, foram entrevistados 25 mil ex-alunos e ex-alunas da
instituição, com idades entre 26 e 47 anos, com o objetivo de analisar
as aspirações profissionais de homens e mulheres que foram preparados
para posições de liderança no mercado de trabalho.
Segundo Stone, as mulheres sentem-se pressionadas por seus parceiros, pelas instituições onde trabalham e pela sociedade como um todo a assumir a criação dos filhos e as obrigações do lar para que seus companheiros possam se dedicar à carreira.
Agência Efe/Arquivo
Christine Lagarde é diretora do FMI (Fundo Monetário Internacional); ela, que tem dois filhos, não sucumbiu à pressão social
Segundo Stone, as mulheres sentem-se pressionadas por seus parceiros, pelas instituições onde trabalham e pela sociedade como um todo a assumir a criação dos filhos e as obrigações do lar para que seus companheiros possam se dedicar à carreira.
Agência Efe/Arquivo
Christine Lagarde é diretora do FMI (Fundo Monetário Internacional); ela, que tem dois filhos, não sucumbiu à pressão social
Como
resultado, as mulheres se mostraram mais insatisfeitas com suas
trajetórias profissionais do que os homens. Dados coletados mostraram
que 60% dos homens estavam “extremamente satisfeitos” com suas
experiências profissionais e oportunidades de promoção contra 40% de
mulheres que descreveram sentir o mesmo. Dos homens que participaram da
pesquisa, 83% eram casados.
Atualmente
as mulheres ocupam menos de 20% dos cargos de responsabilidade nas 500
empresas mais importantes do mundo, de acordo com a revista Fortune.
Além disso, a Organização Internacional do Trabalho divulgou, em março,
um relatório indicando que não haverá igualdade salarial entre os sexos
até 2085.
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O
estudo ainda revelou que 75% dos homens esperava que, no futuro, suas
companheiras assumissem a maior parte da responsabilidade de criar os
filhos, e 50% das mulheres respondeu que esta seria de fato sua função.
Entre os homens entrevistados, 70% considerava que suas carreiras teriam
prioridade sobre a de suas esposas e cerca de 40% das mulheres
concordaram com esta afirmação.
Para
Pamela, a “culpa” é da própria sociedade. Ela acredita que as mulheres
devem conversar com seus parceiros para poderem desenvolver suas
carreiras e se sentirem mais satisfeitas profissionalmente.
“Os
casais jovens que estão pensando em criar um projeto de vida juntos
deveriam ter uma conversa sobre quais são as pretenções profissionais e
pessoais de cada um. É muito importante escolher uma pessoa que respeite
os nossos desejos”, disse.
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