Filipe Garret
Empregadores nos Estados Unidos estão exigindo logins e
senhas dos candidatos nas entrevistas de emprego. De acordo com o jornal inglês
Daily Mail, o requerimento é um meio dos chefes conhecerem seus funcionários na
Internet e terem acesso aos conteúdos que eles postam e as conversas que mantém
com outras pessoas na rede.
(Foto: Reprodução)
Para provar o caso, um candidato a uma vaga na polícia da Carolina do
Norte fotografou o formulário que pedia as senhas de serviços como Facebook, Myspace, entre outros.
O rapaz divulgou o caso na Internet e levantou uma polêmica com a questão:
"você concordaria com uma busca total em sua casa e em suas posses para
conseguir um trabalho? Se a resposta é não, então você deve hesitar em relação
a uma busca em sua atividade online".
Segundo o jornal inglês Daily Mail, uma pesquisa da ONG YouGov demonstrou que 42% dos estudantes britânicos temem perder chances
com empregadores em potencial por conta dos conteúdos que publicam e da livre
manifestação das suas ideias no ambiente virtual. Já 20% dos entrevistados
afirmaram que suas atividades na Internet sofrem fiscalização quando se
submetem a processos seletivos.
A preocupação com os efeitos da vida virtual na carreira está criando
demanda para um novo tipo de serviço. Atualmente, já existem empresas que
oferecem serviços de “limpar” a vida virtual de candidatos a empregos. Apagando
conteúdos que possam ser prejudiciais na disputa por uma vaga no mercado de
trabalho.
Outra opção é a criação de dois perfis: um para interagir com seus
amigos e família e outro mais sério, para os colegas de trabalho. Segundo Mark Bowles, integrante de Câmara de Comércio e Indústria da
Tasmânia (Austrália), os australianos estão adotando os perfis duplos como
solução. Recentemente, um escândalo revelou que empregadores do país rejeitaram
candidatos em virtude de postagens no Facebook.
A Acas, uma ONG
inglesa que previne e resolve disputas trabalhistas, aconselha os empregadores
a reduzirem o monitoramento ostensivo de empregados e candidatos. Segundo John Taylor, chefe executivo da organização, as empresas
precisam entender o impacto negativo das suas atitudes perante os clientes:
"eles precisam considerar o impacto potencial da publicidade negativa em
torno de casos como esses".
O que não quer dizer, segundo Taylor, que a conduta na web não mereça
desatenção. '"Empregados precisam entender que, em princípio, tudo que
publicam na Internet é público". Para Taylor, a conduta no mundo real e
virtual deve ser norteada pelos mesmos princípios.
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