sábado, 24 de março de 2012

Americanos começam a exigir senha do Facebook em entrevista de emprego

Filipe Garret
Empregadores nos Estados Unidos estão exigindo logins e senhas dos candidatos nas entrevistas de emprego. De acordo com o jornal inglês Daily Mail, o requerimento é um meio dos chefes conhecerem seus funcionários na Internet e terem acesso aos conteúdos que eles postam e as conversas que mantém com outras pessoas na rede.
       Foto provando o formulário pedindo o usuário e senha dos candidatos. 
      (Foto: Reprodução)

Para provar o caso, um candidato a uma vaga na polícia da Carolina do Norte fotografou o formulário que pedia as senhas de serviços como FacebookMyspace, entre outros. O rapaz divulgou o caso na Internet e levantou uma polêmica com a questão: "você concordaria com uma busca total em sua casa e em suas posses para conseguir um trabalho? Se a resposta é não, então você deve hesitar em relação a uma busca em sua atividade online".

Segundo o jornal inglês Daily Mail, uma pesquisa da ONG YouGov demonstrou que 42% dos estudantes britânicos temem perder chances com empregadores em potencial por conta dos conteúdos que publicam e da livre manifestação das suas ideias no ambiente virtual. Já 20% dos entrevistados afirmaram que suas atividades na Internet sofrem fiscalização quando se submetem a processos seletivos.

A preocupação com os efeitos da vida virtual na carreira está criando demanda para um novo tipo de serviço. Atualmente, já existem empresas que oferecem serviços de “limpar” a vida virtual de candidatos a empregos. Apagando conteúdos que possam ser prejudiciais na disputa por uma vaga no mercado de trabalho.

Outra opção é a criação de dois perfis: um para interagir com seus amigos e família e outro mais sério, para os colegas de trabalho. Segundo Mark Bowles, integrante de Câmara de Comércio e Indústria da Tasmânia (Austrália), os australianos estão adotando os perfis duplos como solução. Recentemente, um escândalo revelou que empregadores do país rejeitaram candidatos em virtude de postagens no Facebook.

Acas, uma ONG inglesa que previne e resolve disputas trabalhistas, aconselha os empregadores a reduzirem o monitoramento ostensivo de empregados e candidatos. Segundo John Taylor, chefe executivo da organização, as empresas precisam entender o impacto negativo das suas atitudes perante os clientes: "eles precisam considerar o impacto potencial da publicidade negativa em torno de casos como esses".

O que não quer dizer, segundo Taylor, que a conduta na web não mereça desatenção. '"Empregados precisam entender que, em princípio, tudo que publicam na Internet é público". Para Taylor, a conduta no mundo real e virtual deve ser norteada pelos mesmos princípios.

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