Quem inspira os jovens liberais que protestam contra Dilma e pedem o impeachment?
Segundo reportagem publicada pelo Valor, os jovens são inspirados ideologicamente pela Atlas Network, uma empresa sediada em Washington (EUA), defensora do livre mercado e parceira de instituições brasileiras, que recebem dinheiro para promover palestras, divulgar artigos, livros etc.
Do Jornal GGN
Quem inspira os meninos da ultra-direita brasileira que agitam protestos contra o PT e a presidente Dilma Rousseff? Segundo reportagem publicada ontem, dia 27, no Valor,
os jovens são inspirados ideologicamente pela Atlas Network, uma
empresa sediada em Washington (EUA), que prega o livre mercado, e que
mantém parceria com instituições brasileiras, que recebem dinheiro para
promover palestras, divulgar artigos, livros, etc.
“Esses institutos têm servido de fonte de informação e
atraído a atenção de adolescentes e jovens na faixa dos 20 anos, muitos
deles participantes dos protestos de março e de abril”, escreveu o
jornal.
O presidente da Atlas, Alejandro Chafuen, argentino
radicado nos Estados Unidos, diz que o organismo não se envolve em
“assustos de rua ou política em outros países”. Para ele, foi
necessário, inclusive, se afastar de instituições ligadas ao Tea Party,
uma ala conservadora do Partido Republicano.
No caso do Brasil, Chafuen enxerga a influência da Atlas
sobre o pensamento dos jovens que protestam contra os governos do PT.
“Obviamente há certa correlação entre as pessoas que passam por nossos
programas e pelos institutos com que trabalhamos e o que está
acontecendo aqui”, disse ao Valor.
No Brasil, a Atlas lista como parceiras o Centro
Interdisciplinar de Ética e Economia Personalista, do Rio; Estudantes
Pela Liberdade, de Belo Horizonte; o Instituto de Estados Empresariais,
de Porto Alegre; o Instituto de Formação de Líderes, também de Belo
Horizonte; o Instituto Liberal, do Rio; o Instituto Liberdade, de Porto
Alegre; o Instituto Ludwig Von Mises, de São Paulo; o Instituto
Milenium, também do Rio e o Ordem Livre, de Petrópolis.
O presidente do Mises Hélio Beltrão disse ao Valor
que o foco em São Paulo são jovens universitários liberais que possam
disseminar a mensagem do grupo nas instituições que, na visão dele, são
doutrinadas pela esquerda.
O cientista político Fábio Ostermann, um dos fundados do
Movimento Brasil Livre (MBL) – que marcha de São Paulo a Brasília
cobrando o impeachment de Dilma – trabalhou por dois meses e meio para a
entidade americana. Ele diz que ainda não houve doações para o MBL pela
Atlas.
A Atlas distribuiu no Brasil cerca de 20 mil dólares por
ano, segundo Chafuen. O grupo Estudantes pela Liberdade recebeu no ano
passado cerca de 10 mil dólares. “O dinheiro que mantém as atividades da
Atlas vem, em sua maioria, de fundações e cidadãos dos Estados Unidos.
(…) Os doadores têm preferências distintas. Alguns são religiosos
conservadores; outros, libertários.”
A Atlas possui hoje cerca de 450 instituições espalhadas pelo mundo, inclusive em países como Venezuela, China, Irã, Nepal.
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