A mídia e a greve mundial no McDonald's
Altamiro Borges sábado, 4 de abril de 2015
Está agendada para 15 de abril
uma “greve mundial” contra a rede estadunidense de fast-food McDonald’s.
A previsão é de que o movimento tenha a adesão de 200 cidades de 35
países. O motivo é a brutal exploração exercida pela multinacional, que
paga míseros salários e adota inúmeras práticas lesivas aos direitos
trabalhistas. Os trabalhadores brasileiros participarão da jornada.
Em
meados de março, o sindicato da categoria (Sinthoresp) protocolou uma
ação no Tribunal de Justiça do Trabalho de São Paulo exigindo o fim do
acúmulo de funções e o pagamento do adicional por insalubridade. Houve
protesto dos funcionários na Avenida Paulista e a população foi
informada sobre a adesão à “greve mundial”. A mídia privada, porém, não
deu maior destaque ao movimento. A multinacional é uma das maiores
anunciantes do país, o que explica a cumplicidade da imprensa privada e
venal!
A mobilização contra os abusos do McDonald’s tem crescido no mundo inteiro. Ela teve início nos EUA em 2012, quando os funcionários desta e de outras redes de fast-food se reuniram em Nova York para exigir aumento salarial e melhores condições de trabalho. Desde então, outras cidades de várias partes do mundo aderiram aos protestos. O movimento conquistou o apoio de vários sindicatos, de estudantes e até de pastores de igrejas de Nova York, Chicago e Detroit.
A mobilização contra os abusos do McDonald’s tem crescido no mundo inteiro. Ela teve início nos EUA em 2012, quando os funcionários desta e de outras redes de fast-food se reuniram em Nova York para exigir aumento salarial e melhores condições de trabalho. Desde então, outras cidades de várias partes do mundo aderiram aos protestos. O movimento conquistou o apoio de vários sindicatos, de estudantes e até de pastores de igrejas de Nova York, Chicago e Detroit.
Arrogante
e truculenta, a direção da multinacional tenta minimizar o impacto das
mobilizações. “Esses eventos não são 'greves', mas manifestações
organizadas para atrair a atenção da mídia”, afirma Heidi Barker,
porta-voz do McDonald's nos EUA. A realidade, porém, é bem diferente,
conforme aponta Kwanza Brooks, funcionária da empresa na Carolina do
Norte. “Quando nós começamos, poucas pessoas queriam participar. Elas
estavam assustadas, com medo de perder o emprego. Mas o movimento está
realmente crescendo, e pessoas que não sabiam que nós existíamos, agora
sabem”.
Os efeitos da
mobilização já se fazem sentir em vários terrenos. Em fevereiro, a
multinacional confessou uma queda de 4% nas vendas em suas lojas nos EUA
e de 1,7% em sua operação global, segundo reportagem do jornal “The New
York Times”. Nas últimas semanas, o comando da “campanha global pelos
direitos dos funcionários do McDonald’s” também comemorou outras
vitórias parciais. Pela primeira vez na história ocorreu uma audiência
do Comitê Nacional de Relações de Trabalho dos EUA em que a empresa foi
acusada formalmente por práticas lesivas aos direitos dos trabalhadores e
pela repressão à ação sindical. Antes, o órgão responsabiliza apenas os
franqueadores da rede.
Já
na terça-feira (31), a Comissão Europeia Antitruste solicitou, em
Luxemburgo, informações sobre o acordo fiscal feito com o McDonald's em
decorrência das denúncias de sindicatos de trabalhadores de evasão da
ordem de 1 bilhão de euros entre 2009 e 2013. E no Japão, os
investidores de fundos de pensão detentores de ações do McDonald's
pediram a troca dos integrantes do conselho da empresa motivados pelas
quedas nos resultados da companhia desde uma crise envolvendo o uso de
matéria-prima estragada. Todos estes fatos, porém, não geram reportagens
e denúncias na mídia “imparcial”. A grana da publicidade justifica a
postura mafiosa!
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